Regida pelo japonês Eiji Oue, orquestra sediada na Alemanha esteve no Brasil duas vezes, em 1999 e em 2003

Na Sala São Paulo, filarmônica apresenta repertório de maior fôlego, com peças de Dvorák e Beethoven

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Velho conhecido do público paulistano, o regente japonês Eiji Oue, 52, volta nesta semana à cidade para reger a Filarmônica da Rádio NDR de Hannover, da qual é regente laureado, na série do Mozarteum Brasileiro.
"Tenho uma lembrança muito boa do Brasil, porque minha relação com a orquestra começou aí", afirma o ex-aluno de Leonard Bernstein (1918-1990), que ocupou até o ano passado o cargo de regente titular da filarmônica, com a qual esteve por aqui em 1999 e 2003.
"Nesse período, o som da orquestra mudou. Num mundo globalizado, as orquestras tendem a soar iguais, mas recuperamos a sonoridade germânica tradicional", afirma.
Em anos anteriores, Oue também se fez ouvir por aqui como regente convidado da Osesp: "Adorei a orquestra, os músicos e a linda sala de concertos que vocês têm".
Hoje, no Ibirapuera, a filarmônica faz uma apresentação gratuita, ao ar livre, recheada de peças breves, coloridas e conhecidas, como a primeira suíte da ópera "Carmen", de Bizet, o "Can Can", de Offenbach, e a "Valsa das Flores", de Tchaikovski.
Amanhã e na terça, na Sala São Paulo, o repertório é de maior fôlego e inclui a nona sinfonia de Dvorák ("Do Novo Mundo", na segunda-feira) e a terceira de Beethoven ("Heroica", na terça-feira).
A solista convidada -a holandesa Isabelle van Keulen, 44- tem sólida reputação internacional, mas não toca no parque. Guarda para a Sala São Paulo a sonoridade rara do seu Guarnerius del Gesu de 1734, com o qual entoa o grandioso concerto para violino e orquestra de Brahms.