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São Paulo, domingo, 20 de julho de 2003

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Ian McCulloch, líder do Echo & the Bunnymen, escreve um diário de si mesmo no álbum "Slideling", seu 3º projeto solo

Sozinho, de novo

GUILHERME WERNECK
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele está sozinho mais uma vez. Nas vésperas de o Echo & the Bunnymen completar 25 anos, o líder da banda, Ian McCulloch, 44, resolve dar um tempo na parceira com o guitarrista Will Sergeant e reativar sua carreira solo.
McCulloch não gravava sozinho desde 92, quando lançou o irregular "Mysterio", ainda na ressaca do fim da formação clássica dos Bunnymen, em 88, e da morte do baterista Pete de Freitas, em 89. Contudo as circunstâncias que cercam a chegada de seu novo disco, "Slideling", são bem diferentes daquelas que o levaram primeiro à tentativa de emplacar discos mais autorais e depois a formar a banda Electrafixion, em meados dos anos 90.
"Desde a volta dos Bunnymen, no fim de 96, tenho composto um pouco sozinho. Agora, eu achei que era hora de me expressar como um indivíduo, e não apenas como o Mac, do Echo & the Bunnymen. É meio como manter um diário de mim mesmo e deixar que outras pessoas o leiam", disse o vocalista à Folha, por telefone, de Liverpool, na Inglaterra.
Mas nem tudo é tão tranquilo quanto aparenta no universo dos homens-coelho. Boa parte da motivação para fazer o disco solo vem da vontade de se afastar um pouco da órbita de Will Sergeant.
"A última vez que eu escrevi um punhado de músicas que achei tão boas quanto essas foi em "What Are You Going to Do with Your Life?" [dos Bunnymen, lançado em 99]. E tudo o que o Will fez foi reclamar do disco, dizendo que não se sentia envolvido, que as músicas eram só minhas e coisas do gênero. Como a reação dele foi meio esquisita, pensei que, se eu escrevesse canções como aquelas de novo, eu as lançaria em um projeto solo", explica.
Para pôr o disco em pé, McCulloch chamou velhos conhecidos dos Bunnymen. O tecladista Ceri James toca com os Bunnymen, e o guitarrista Pete Byrne foi o empresário da banda na última turnê mundial. Para o baixo, foi escolhido Peter Wilkinson, do Cast, e Simon Finley segura as baquetas.
Chris Martin e John Buckland, do Coldplay, fazem uma aparição especial e tocam nas faixas "Sliding" e "Arthur". "Ficamos amigos quando o Coldplay gravou "A Rush of Blood to the Head" em Liverpool. Eles disseram que gostariam de participar do meu disco solo. Quando chegou a hora de ir para o estúdio, eles estavam no meio de uma turnê. Mesmo assim vieram a Liverpool e gravamos tudo em uma tarde."
Com o disco lançado, agora McCulloch prepara uma série de shows solo e deve incluir São Paulo no seu roteiro. "Adoro a cidade e quero ficar bêbado de caipirinha de novo."
Mas ele não terá muito tempo. Em outubro começam as comemorações dos 25 anos dos Bunnymen, com mais uma turnê mundial e com o relançamento dos cinco primeiros discos da banda remasterizados.


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