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A última bruxaria
Com 24 milhões de cópias, último livro da série Harry Potter chega hoje às livrarias; lançamento em inglês é às 20h em SP
Justin Lane/EFE
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Display anuncia no início desta semana a chegada do livro "Harry Potter e as Relíquias da Morte" em uma livraria de Nova York |
EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao longo dos últimos dez
anos, o vimos entrar para a escola, adolescer, dar seu primeiro beijo, enfrentar demônios
internos ou bem palpáveis, a
uma varinha de condão de distância. Agora, o destino de
Harry Potter está selado, em
caixas contendo impressionantes 24 milhões de exemplares
de "Harry Potter e as Relíquias
da Morte", sétimo e último livro da série de J.K. Rowling,
que será oficialmente lançado à
0h01 de amanhã, horário de
Londres. Em São Paulo, o título
original, em inglês, também estará à venda, a partir das 20h.
Depois da avalanche de supostas reproduções do livro,
que circularam desde terça-feira na internet, resta aos fãs da
saga confirmarem se são verdadeiros ou não os "spoilers" (estraga-prazeres). A principal dúvida é: o bruxo morre?
Anteontem, a crítica literária
do jornal "New York Times"
Michiko Kakutani furou o embargo da editora e -"estupefata"- revelou que seis personagens morrem. Entre os fãs, as
especulações incluem não só
Harry mas também seu melhor
amigo, Ron Weasley, o vilão
Lorde Voldermort e o ambíguo
professor Severo Snape.
Os seis livros anteriores deixaram outras questões no ar.
Roberto Uebel, editor do site
Potterish, lista as principais
dúvidas: Hermione fica com
Ron? Gina, irmã de Ron, casa-se com Harry? Snape é traidor?
Quem é R.A.B. (o misterioso
personagem que apareceu no
sexto livro)? E, por fim, Dumbledore realmente morreu?
"Alguns arriscam dizer que
Harry fica vivo, e Voldemort
morre. Outros já dizem o contrário, que Voldemort mata
Harry Potter, para que não haja
uma futura continuação", diz
Uebel, com alguma esperança
de que a série não acabe agora.
"Na segunda-feira retrasada,
Rowling deu uma pontinha de
esperança dizendo "nunca diga
nunca", referindo-se a um abaixo-assinado realizado por uma
livraria americana, pedindo
que ela escrevesse um oitavo livro. Alguns fãs que leram o suposto sétimo livro afirmam que
com certeza haverá uma continuação, pois só faltam as reticências no fim. Acredito que
haverá mais algum livro, sim."
"Bombarda máxima"
Poucos dias antes do lançamento oficial, o caprichado esquema de segurança das editoras Bloomsbury (Reino Unido)
e Scholastic (EUA) acabou indo
pelos ares. A Scholastic está
acusando a loja virtual DeepDiscount.com e o distribuidor
Levy Home Entertainment de
já terem entregue 1.200 cópias
do livro. Um destes exemplares, ao que parece, estava sendo
ofertado até ontem no site eBay
por US$ 250 (cerca de R$ 465).
Para entrega imediata.
Também pode ter vindo do
lote americano a cópia que circulou na internet. Nem as editoras nem Rowling confirmaram a autenticidade, mas a autora pode ter entregue o jogo ao
pedir, em seu site, que os fãs ignorem as informações e assim
preservem "o segredo da trama
para aqueles que estão na expectativa de ler, ao mesmo
tempo, no dia da publicação".
No Brasil, onde a versão em
português sai no dia 10 de novembro, a tradução está de novo a cargo de Lia Wyler. A tradutora arrisca uma avaliação da
obra de Rowling.
Crescimento de Potter
Ela diz que a autora deixou
claro, desde o livro 2, que pretendia aumentar o nível de dificuldade a cada volume, acompanhando o crescimento do herói e o amadurecimento dos leitores. "O fato de a série ter conquistado um público de seis a 60 anos veio não somente acelerar esse processo como indicar a necessidade de incluir cenas e comentários mais ao gosto adulto. E ancorar as incursões dos bruxos ao mundo externo a Hogwarts, na atualidade informativo-jornalística."
O sexto livro seria exemplar
dessa preocupação de Rowling.
"Nele, os ingleses reconheceram o seu primeiro-ministro,
sua gagueira, suas perplexidades. Sem dúvida a autora apurou sua técnica folhetinesca,
mas isso não significa necessariamente que tenha buscado
uma sofisticação maior do ponto de vista literário."
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