São Paulo, sexta-feira, 20 de julho de 2007

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Campos vê ópera simples de Donizetti

"Rita" tem direção de Carla Camurati e regência de Debora Waldman; apresentações são hoje e domingo

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Como o tema do 38º Festival de Inverno de Campos do Jordão é a mulher, a ópera encenada no evento tem nome e comando inteiramente femininos: Debora Waldman é a regente, enquanto Carla Camurati faz a direção cênica de "Rita", de Donizetti.
Desde que o maestro Roberto Minczuk assumiu a direção artística do festival, o evento tem realizado uma montagem operística por ano -de preferência resgatando títulos pouco feitos no Brasil.
"Rita" é uma comédia em um ato de Gaetano Donizetti (1797-1848), um dos principais expoentes da escola italiana conhecida como "bel canto", que priorizava o virtuosismo dos cantores e a beleza das linhas melódicas vocais, relegando o acompanhamento orquestral ao segundo plano.
Autor de "Lucia di Lammermoor", "O Elixir do Amor" e "A Filha do Regimento", Donizetti escreveu "Rita" em 1841, mas não chegou a ver sua estréia, que só ocorreu em 1860. Simples e esquemática, a trama gira em torno de uma hospedeira de caráter irascível, cujos dois maridos disputam, no jogo, quem dela vai se livrar.
Dirigido pela cineasta Carla Camurati, o espetáculo traz, no elenco, cantores que têm atuado com regularidade nos palcos paulistanos: a soprano Rosana Lamosa, o tenor Fernando Portari e o barítono Paulo Szot.
A novidade está no fosso orquestral, no qual a Orquestra Acadêmica, constituída por professores e alunos do festival, é dirigida por Debora Waldman, 30, que há dois anos é assistente de Kurt Masur na Orquestra Nacional da França.
Filha de uma maestrina e um violonista, Waldman nasceu no bairro paulistano do Belenzinho, emigrando para a Argentina com três anos de idade. Viveu ainda em Israel, antes de se radicar em Paris, mas não se esqueceu do português, que ela fala com sotaque carregado. Waldman conta que era flautista de formação, até que, quando atingiu os 17 anos de idade, sua mãe pediu a ela que dirigisse o ensaio da orquestra que regia.
"Uma regente mulher não é nada de excepcional, embora a relação com os músicos seja outra", diz. "Quando você sobe no pódio, eles já te olham de maneira diferente. E tem coisas que um maestro pode dizer, mas não fica bem para uma mulher", conta Waldman. "Nessa hora, você tem de ser profissional: só pode falar de música, música, música", afirma.

RITA


Quando: hoje, às 21h
Onde: auditório Cláudio Santoro (av. Dr. Luís Arrobas Martins, 1.880, Campos do Jordão, tel. 0/xx/12/3662-2334)
Quanto: R$ 60
Quando: dom., às 12h30
Onde: praça do Capivari
Quanto: entrada franca



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