São Paulo, sexta-feira, 20 de julho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Com "Rummikub", diretor faz curta para americano ver

DA REPORTAGEM LOCAL

"Não pode ter assassinato, prostituição, droga, miserê." Essas eram as restrições temáticas contidas no convite que o produtor argentino radicado em Nova York Lucas Akoskin fez ao diretor Jorge Furtado, para filmar um curta que apresentasse ao público dos Estados Unidos uma imagem diferente da desgraceira habitualmente associada à região.
Furtado voltou-se então a Shakespeare, o autor que é sua maior inspiração, e escreveu e dirigiu "Rummikub" -um Romeu e Julieta moderno e contado em 12 minutos.
Em férias no litoral catarinense e tentando divertir-se com o jogo de tabuleiro Rummikub, dois casais desentendem-se à exaustão, enquanto seus filhos -interpretados por Pedro Furtado, filho do diretor, e Alice Braga- apaixonam-se.
Diferentemente do original, em vez do suicídio, o casal opta por matar os pais. Mas ninguém morre em "Rummikub", até porque assassinato era item vetado no projeto, que envolve três outros cineastas latinos -Andi Baiz (Colômbia), Leonardo Bechini (Argentina) e Gary Alazraki (México).
Os quatro curtas deverão ser exibidos em cinemas americanos e depois reunidos em DVD.
Entre os próximos projetos de Furtado, está um longa a ser filmado em Montevidéu (Uruguai). "Eu me preocupo muito com as palavras. Queria me libertar um pouco disso, fazendo um filme em outra língua", diz o diretor gaúcho, notório por filmar apenas em seu Estado.
O diretor julga Montevidéu "um lugar incrível, que parece o Rio dos 60 -tu vê que foi uma coisa rica, onde agora não está acontecendo nada". Há outro aspecto do país que atrai Furtado: "Um filme feito no Uruguai continua sendo gaúcho".


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Crítica/"Em Busca da Vida": Jia Zhang-ke alcança esplendor do cinema em seu quinto longa
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.