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Com "Rummikub", diretor faz curta para americano ver
DA REPORTAGEM LOCAL
"Não pode ter assassinato,
prostituição, droga, miserê."
Essas eram as restrições temáticas contidas no convite que o
produtor argentino radicado
em Nova York Lucas Akoskin
fez ao diretor Jorge Furtado,
para filmar um curta que apresentasse ao público dos Estados Unidos uma imagem diferente da desgraceira habitualmente associada à região.
Furtado voltou-se então a
Shakespeare, o autor que é sua
maior inspiração, e escreveu e
dirigiu "Rummikub" -um Romeu e Julieta moderno e contado em 12 minutos.
Em férias no litoral catarinense e tentando divertir-se
com o jogo de tabuleiro Rummikub, dois casais desentendem-se à exaustão, enquanto
seus filhos -interpretados por
Pedro Furtado, filho do diretor,
e Alice Braga- apaixonam-se.
Diferentemente do original,
em vez do suicídio, o casal opta
por matar os pais. Mas ninguém morre em "Rummikub",
até porque assassinato era item
vetado no projeto, que envolve
três outros cineastas latinos
-Andi Baiz (Colômbia), Leonardo Bechini (Argentina) e
Gary Alazraki (México).
Os quatro curtas deverão ser
exibidos em cinemas americanos e depois reunidos em DVD.
Entre os próximos projetos
de Furtado, está um longa a ser
filmado em Montevidéu (Uruguai). "Eu me preocupo muito
com as palavras. Queria me libertar um pouco disso, fazendo
um filme em outra língua", diz
o diretor gaúcho, notório por
filmar apenas em seu Estado.
O diretor julga Montevidéu
"um lugar incrível, que parece o
Rio dos 60 -tu vê que foi uma
coisa rica, onde agora não está
acontecendo nada". Há outro
aspecto do país que atrai Furtado: "Um filme feito no Uruguai
continua sendo gaúcho".
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