São Paulo, segunda-feira, 20 de julho de 2009

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Mônica Bergamo

bergamo@folhasp.com.br

Carlos Simões
Com a filha Rafaella (à esq.), a mulher, Claudia Cozer (ao fundo) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o médico Roberto Kalil Filho comemora seus 50 anos, no Leopolldo

CINQUENTENÁRIO

No coração do Brasil

Petistas, tucanos, democratas e até malufistas se reuniram no Leopolldo Faria Lima, em SP, para a festa de 50 anos do cardiologista Roberto Kalil Filho, na noite de sexta. Na mesa que o presidente Lula e a primeira-dama, Marisa Letícia, ocupavam com o aniversariante, o governador José Serra (PSDB-SP) sentou-se ao lado da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Em outra, reservada em nome do tucano José Henrique Reis Lobo, secretário de Relações Institucionais de Serra, o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho -que definiu a festa como "bem ecumênica"- tinha a companhia do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), líder da oposição, e do deputado Paulo Maluf (PP-SP). "Ele é médico do Lula, mas vota em mim", brincava Maluf. Difícil: Maluf não enfrenta Lula numa eleição há 20 anos.

 


Eram cerca de 21h quando Kalil subiu para buscar o presidente, que chegou de helicóptero. No salão, Lula distribui cumprimentos e atende a pedidos de fotos. Diz numa roda que a situação econômica "vai melhorar ainda mais. Se a Lacta está vendendo Sonho de Valsa, é porque o país vai bem". A primeira-dama tira o sobretudo branco e circula com um vestido de renda dourado, da estilista Fafá Oliveira. Um colar com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, abençoada pelo papa Bento 16 em sua visita ao Brasil, em 2007, se destaca na produção.

 


O presidente ocupa sua mesa, que passa a ser alvo de uma "romaria": Heráclito, Maluf, o médico Miguel Srougi, a publicitária Bia Aydar, o casal Marcus Buaiz e Wanessa (ex-Camargo). O humorista Tom Cavalcante e a mulher, Patrícia, sentam-se ao lado do presidente e do ministro da Saúde, José Gomes Temporão. "Precisamos marcar de comer uns caranguejos", diz Lula a Tom, que pede: "Temos que importar o Ciro Gomes aqui para São Paulo." "Vamos trazê-lo, sim", diz Lula.

 


Em uma mesa de frente para a de Lula, dois lugares, marcados com o cartão "Reservado - Presidência da República", são ocupados pela segurança. "Aqui tenho um bom visual", diz um dos policiais, enquanto discute a logística do dia seguinte. "Preciso de três carros às 7h30, para o Sírio-Libanês [onde Lula visitaria o vice, José Alencar], com motoristas que saibam andar em São Paulo. O reforço da dama fica em São Bernardo."

 


Lula e Marisa saem antes do parabéns, enquanto a maioria dos convidados ainda degusta o prato principal, filé mignon grelhado com batata ao queijo gruyère, endívias, aspargos e redução de xerez e funghi.

 


A ministra Dilma Rousseff fica até a hora do bolo. "Vamos mandar um caixa de docinhos para você", diz a endocrinologista Claudia Cozer, mulher de Kalil. "Não mande, não. Se eu vir um, como sem parar", brinca Dilma. "Seu médico está chegando aí, vamos ver com ele", diz Claudia, apontando o oncologista Paulo Hoff. "Não, porque ele vai deixar!", responde a ministra.

 


À coluna, Dilma fala sobre seus próximos compromissos em São Paulo: visita a "uma feira de agricultura orgânica e a entrega dos trens que o governador Arruda [do DF] comprou da Mafersa. Nós estamos dando o dinheiro para o metrô de lá." Ela passará a ficar na capital paulista nos finais de semana. Às segundas, depois das sessões de radioterapia, irá a Brasília, voltando a São Paulo na quinta. "Vou ficar com algumas agendas do presidente por aqui e faremos outras, conjuntas, no meio do caminho." Na hora do parabéns, uma grande fila se forma em torno de Kalil. Ao som de "Emoções", ele é parabenizado por amigos. A ministra Dilma, emocionada, dá no médico um dos abraços mais apertados da noite.

Cartas paraguaias
O presidente Lula se reúne nesta semana com os ministros Edison Lobão, de Minas e Energia, e Celso Amorim, das Relações Exteriores, para discutir mais uma vez as concessões que poderão ser feitas ao presidente do Paraguai, Fernando Lugo, em relação à usina de Itaipu. O brasileiro e o paraguaio têm encontro bilateral nesta semana. Uma das propostas: triplicar a taxa que o Brasil paga ao Paraguai pela obrigatoriedade que o país tem de vender energia para a Eletrobrás -de US$ 112 milhões para mais de US$ 300 milhões. O Paraguai quer mais. O Brasil vem oferecendo menos.

BOLA DIVIDIDA
Embora o Itamaraty dê como favas contadas, não há consenso no governo - e o Ministério de Minas e Energia, junto a técnicos do Tesouro, vão insistir para que o governo Lula não ceda à demanda do governo paraguaio, que gostaria de vender a sua parte da energia de Itaipu livremente no mercado brasileiro (hoje ele é obrigado a comercializar somente com a Eletrobrás).

A NOVA THE WEEK
O empresário André Almada comprou um terreno de 5.000 m2 na marginal Tietê, para construir a nova The Week. Além da boate GLS, ele pretende instalar no local um complexo com piscina, galpão de eventos e salas de escritório para locação. Almada pretende inaugurar o espaço em 2013. Depois da mudança, a área que hoje abriga a The Week, na Lapa, deve virar um salão de eventos.

MÃO BOBA
O volante Cristian, do Corinthians, deverá pagar R$ 15 mil de multa ou prestar 56 horas de serviço comunitário por ter feito gestos obscenos em direção à torcida do São Paulo ao comemorar um gol na semifinal do Campeonato Paulista, em abril. O Ministério Público vai propor essas penas ao jogador, em troca de não denunciá-lo pelo caso. A audiência deve acontecer em agosto ou setembro.

VOLTA AO SAPO
A Prefeitura de São Paulo vai retomar hoje o processo de remoção da favela do Sapo, na Água Branca, às margens da marginal Tietê, suspenso depois que os moradores do local fizeram barricadas para impedir a entrada de funcionários do governo, na última quarta-feira. A ação surpresa vai mobilizar agentes da Polícia Militar, da Guarda Civil Metropolitana e da Subprefeitura da Lapa.

VOLTA AO SAPO 2
Apesar dos protestos dos moradores, a secretaria alega que a área, à beira de um córrego, é de risco e que, dos 455 barracos construídos no local, 87 estão vazios e foram feitos para garantir verba de indenização na hora da remoção.

MAQUIAGEM
Depois de passar no festival de Cannes, o longa "À Deriva", de Heitor Dhalia, que tem pré-estreia hoje em SP, chega ao Brasil com pompa e circunstância. Na agenda de eventos para promover o filme, diretor e elenco têm horários reservados para maquiagem e retoque de maquiagem. Dhalia já avisou aos mais próximos: "Maquiagem? Tô fora!"

DEUS NO TEATRO
Antônio Fagundes vai interpretar Deus no teatro. Não sobe ao palco, mas grava a voz do personagem na próxima peça dos Parlapatões, "O Papa e a Bruxa", texto de Dario Fo.

CURTO-CIRCUITO
CONTARDO CALLIGARIS, colunista da Folha, Livia Garcia-Roza e Maria Cecília Gomes dos Reis falam hoje sobre a psicanálise e a filosofia na literatura, no teatro Eva Herz.
COMEÇA HOJE o curso "A Construção do Moderno na Pintura Brasileira (1860 -1960)". As aulas serão ministradas pela professora Letícia Squeff, na Estação Pinacoteca.

com ADRIANA KÜCHLER e DIÓGENES CAMPANHA e LEANDRO NOMURA

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