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Nascida para gritar
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
Ela nunca foi fácil, mas agora
está impossível. Em sua atitude mais levada desde que sugou o
dedo de Robert de Niro em "Cabo
do Medo" (91), a atriz Juliette Lewis ataca agora de princesa punk.
Diva roqueira. Deusa eletrônica.
No melhor estilo Dave Lee Roth
(Van Halen), só que com bem
menos roupa, Lewis se lança à
música, monta a banda The Licks,
participa do disco novo do Prodigy, faz o show mais comentado
do festival americano Vans Warped Tour e se tranca em um estúdio em Los Angeles para só sair de
lá com seu primeiro disco pronto.
É dela os vocais gritados das ótimas "Spitfire" e "Hot Ride", duas
faixas violentamente eletrônicas
que constam do álbum "Always
Outnumbered Never Outgunned", poderoso CD do Prodigy,
que será lançado na semana que
vem na Inglaterra e na seguinte
aqui no Brasil. E em "Twista", que
não estará no disco, reservada para ser um extra de single.
Mas o negócio da atriz é rock.
Ela montou a farofa séria Juliette
& The Licks e sonha em abrir os
shows do Darkness, para dar uma
idéia. Lewis formou o Licks com a
amiga Patty Schemel, ex-baterista
do Hole. O álbum da banda, batizado de "...Like a Bolt of Lightning", tem o lançamento previsto,
nos EUA, para este setembro.
No site oficial da banda, www.julietteandthelicks.com, dá para
sentir onde Lewis se meteu. Tem
fotos e reportagens sobre suas
bombásticas apresentações recentes na Vans Warped Tour.
Mas com uma mínima procura
na internet dá para ouvir músicas
como "Got Love to Kill", "American Boy" e "Shelter Your Needs".
Bom proveito.
O não-show do ano
Uma das bandas mais cool e badaladas no planeta estava marcadaça para ser a grande atração do
VMB, a festa anual da MTV. O
grupo escocês estava confirmado
para tocar na noite da premiação,
dia 5 de outubro. A vinda da trupe
do figuraça Alex Kapranos já ia
ser divulgada quando, na última
terça-feira, um telefone aqui do
Brasil tocou. O Franz Ferdinand,
cuja venda do seu disco de estréia
vai muito bem por aqui, decidiu
esticar sua agenda nos EUA. Estava tudo perfeito. A banda, no embalo de uma estouradaça turnê
por Japão e Austrália, engata turnê americana na semana que vem
em Nova York. A última apresentação, também em Nova York, será no dia 3 de outubro. Como eles
só retomam os shows no Reino
Unido no dia 11, haveria tempo
para uma descida até o Brasil.
O show da MTV e um outro
aberto, em São Paulo, era a idéia.
Mas a banda acertou uma aparição no programa do apresentador
David Letterman para o dia 4.
Ainda assim daria para vir. Mas
por causa de um novo convite,
desta vez da rede NBC, que pintou
para o dia 5, os shows no Brasil
precisaram ser cancelados.
Só nos EUA o Franz Ferdinand
vendeu quase 700 mil cópias.
Uma aparição no Letterman e outra na NBC são suficientes para
esse número chegar a 1 milhão,
marca ótima para uma banda indie e britânica. Por isso o Brasil
vai ficar mesmo para o começo do
ano que vem.
O Franz Ferdinand era a segunda opção da MTV, que ainda não
desistiu de escalar um nome internacional para sua grande festa.
O primeiro era a dupla Chemical
Brothers, que também não acertou por causa de agenda. Ver uma
banda a todo gás como o Franz
Ferdinand, aqui no Brasil, seria
espetacular. Esse cancelamento
foi de doer. Resta rezar para a
NBC mudar de idéia tipo hoje,
amanhã, quem sabe...
lucio@uol.com.br
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