São Paulo, sexta-feira, 20 de agosto de 2004

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Nascida para gritar

LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

Ela nunca foi fácil, mas agora está impossível. Em sua atitude mais levada desde que sugou o dedo de Robert de Niro em "Cabo do Medo" (91), a atriz Juliette Lewis ataca agora de princesa punk. Diva roqueira. Deusa eletrônica.
No melhor estilo Dave Lee Roth (Van Halen), só que com bem menos roupa, Lewis se lança à música, monta a banda The Licks, participa do disco novo do Prodigy, faz o show mais comentado do festival americano Vans Warped Tour e se tranca em um estúdio em Los Angeles para só sair de lá com seu primeiro disco pronto.
É dela os vocais gritados das ótimas "Spitfire" e "Hot Ride", duas faixas violentamente eletrônicas que constam do álbum "Always Outnumbered Never Outgunned", poderoso CD do Prodigy, que será lançado na semana que vem na Inglaterra e na seguinte aqui no Brasil. E em "Twista", que não estará no disco, reservada para ser um extra de single.
Mas o negócio da atriz é rock. Ela montou a farofa séria Juliette & The Licks e sonha em abrir os shows do Darkness, para dar uma idéia. Lewis formou o Licks com a amiga Patty Schemel, ex-baterista do Hole. O álbum da banda, batizado de "...Like a Bolt of Lightning", tem o lançamento previsto, nos EUA, para este setembro.
No site oficial da banda, www.julietteandthelicks.com, dá para sentir onde Lewis se meteu. Tem fotos e reportagens sobre suas bombásticas apresentações recentes na Vans Warped Tour. Mas com uma mínima procura na internet dá para ouvir músicas como "Got Love to Kill", "American Boy" e "Shelter Your Needs". Bom proveito.

O não-show do ano
Uma das bandas mais cool e badaladas no planeta estava marcadaça para ser a grande atração do VMB, a festa anual da MTV. O grupo escocês estava confirmado para tocar na noite da premiação, dia 5 de outubro. A vinda da trupe do figuraça Alex Kapranos já ia ser divulgada quando, na última terça-feira, um telefone aqui do Brasil tocou. O Franz Ferdinand, cuja venda do seu disco de estréia vai muito bem por aqui, decidiu esticar sua agenda nos EUA. Estava tudo perfeito. A banda, no embalo de uma estouradaça turnê por Japão e Austrália, engata turnê americana na semana que vem em Nova York. A última apresentação, também em Nova York, será no dia 3 de outubro. Como eles só retomam os shows no Reino Unido no dia 11, haveria tempo para uma descida até o Brasil.
O show da MTV e um outro aberto, em São Paulo, era a idéia. Mas a banda acertou uma aparição no programa do apresentador David Letterman para o dia 4. Ainda assim daria para vir. Mas por causa de um novo convite, desta vez da rede NBC, que pintou para o dia 5, os shows no Brasil precisaram ser cancelados.
Só nos EUA o Franz Ferdinand vendeu quase 700 mil cópias. Uma aparição no Letterman e outra na NBC são suficientes para esse número chegar a 1 milhão, marca ótima para uma banda indie e britânica. Por isso o Brasil vai ficar mesmo para o começo do ano que vem.
O Franz Ferdinand era a segunda opção da MTV, que ainda não desistiu de escalar um nome internacional para sua grande festa. O primeiro era a dupla Chemical Brothers, que também não acertou por causa de agenda. Ver uma banda a todo gás como o Franz Ferdinand, aqui no Brasil, seria espetacular. Esse cancelamento foi de doer. Resta rezar para a NBC mudar de idéia tipo hoje, amanhã, quem sabe...

lucio@uol.com.br


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