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RUÍDO
"Morra, Bush, morra" de Gil reverbera lá fora
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Correu mundo a notícia
dos dizeres "morra, Bush,
morra", exibidos em telão no
show do ministro da Cultura do
Brasil. A agência "Reuters" veiculou na terça-feira afirmação
de Gilberto Gil de que não tinha
conhecimento da presença da
provocação em seu show.
"O ministro brasileiro da Cultura e cantor superstar Gilberto
Gil não está pedindo a morte do
presidente dos EUA, George W.
Bush, como espectadores de seu
show podem ter pensado", diz a
nota da "Reuters".
O VJ Jodele Lacher, responsável com Spetto pelas projeções
em tempo real do show "Eletracústico", confirma a versão. "O
ministro não assistiu porque está muito concentrado na parte
musical do show. Eu não queria
deixá-lo em situação difícil nem
provocar um incidente diplomático, achei que nem ia dar para ver direito", afirma.
Os dizeres apareceram repetidas vezes durante a canção "Soy
Loco por Ti, América" (68), junto a imagens dos revolucionários Che Guevara e Pancho Villa.
"Eu tinha essas imagens gravadas na Lapa, de camisetas de
Bob Marley, Nirvana, entre elas
essa do "morra, Bush, morra" e a
do Bush com nariz de palhaço.
Era um comentário, eu não sou
antiamericano, sou antianti-americano", relata Lacher.
Segundo ele e a assessoria artística de Gil, o artista solicitou a
exclusão da imagem assim que a
percebeu, após a primeira apresentação (sexta passada), e assim foi feito. Havia um correspondente da Reuters na platéia.
O NÃO-LANÇAMENTO
Predominantemente fora
de catálogo estão os Golden
Boys, um grupo vocal sempre identificado com a vulgaridade pop do iê-iê-iê, embora tecnicamente fosse
comparável a virtuosismos
tipo Quarteto em Cy (leia
abaixo). Neste "The Golden
Boys" de 65 (Odeon, hoje
EMI), lançavam bases de
forte popularidade na versão
"Erva Venenosa". Mas havia
mais: "Toque Balanço, Moço" era uma ode de primeira
hora ao "sambalanço", que a
seguir frutificaria em inúmeras tendências de "black music". Seus autores eram Roberto e Erasmo Carlos. E os Golden Boys seguiriam carreira brilhante e subterrânea
em funk ("Fumacê", 70) e
acompanhamento vocal (até
no recente "Acústico MTV"
de Jorge Ben Jor, de 2001).
O OURO DE SIMONE
A Associação Brasileira dos
Produtores de Discos (ABPD)
afirma que certificou o disco de
ouro à cantora Simone, por
supostas 50 mil cópias
vendidas de "Baiana da
Gema". A ABPD diz que a
vendagem não foi submetida a
auditoria, porque isso só
acontece uma vez por ano.
O OURO DE SIMONE?
O laurel foi entregue a
Simone no "Domingão do
Faustão" de 25 de julho, sem
certificado e quando, segundo
a Folha apurou, o CD com
músicas de Ivan Lins havia
vendido cerca de 20 mil cópias.
Marcos Maynard, dono do selo
Maynard Music e presidente
da EMI, não atende a coluna
para falar sobre o assunto.
BLANCO AOS 80
O Traço de União, que tem se
consolidado como um espaço
de resistência do samba em
São Paulo, comemora hoje os
80 anos do paraense Billy
Blanco, remanescente
histórico da geração pré-bossa
nova. O grupo Coisas Nossas
conduzirá a homenagem ao
autor de clássicos de dor-de-cotovelo e de chiste como
"Samba Triste", "Tereza da
Praia", "Pano Legal",
"Estatutos da Gafieira"...
psanches@folhasp.com.br
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