São Paulo, sábado, 20 de agosto de 2005

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FESTIVAL DE GRAMADO

Paulo Betti, que chegou atrasado à exibição de seu filme, reclama da movimentação de convidados

Entra-e-sai nas sessões atrapalha projeção

SILVANA ARANTES
ENVIADA ESPECIAL A GRAMADO

O Festival de Gramado, 33, anda meio trôpego. "É uma baderna. É muito avacalhado", diz o ator e cineasta Paulo Betti, indignado com o entra-e-sai de gente durante toda a sessão de seu filme concorrente, "Cafundó".
"Fiquei tentando segurar as portas [de acesso à sala]. Tem aquela festa na sala de espera, as pessoas ficam bebendo e entram a qualquer hora, para "dar uma olhada'", diz, descrevendo uma cena comum nas sessões da noite.
Com a abertura das imensas portas do Palácio dos Festivais, sede da competição, a luz invade a tela e deforma a qualidade da projeção. "Pô, é como no teatro, atrapalha os atores", diz Betti.
A cada noite do festival, que começou na segunda passada, foram servidas 25 garrafas de uísque e 200 de prosecco, num bar montado por um apoiador da mostra. A bebida era gratuita e à vontade para quem exibisse a pulseirinha-convite distribuída pela empresa autora da promoção.
O presidente do festival, Enoir Zorzanello, diz que Betti "tem toda razão" ao reclamar da movimentação de convidados na sala durante a projeção dos filmes.
"Temos que começar a mudar o procedimento do público e da própria classe cinematográfica, porque são os convidados da área do audiovisual que criam este tipo de problema", afirma.
No ano que vem, a organização tentará impor o limite de tolerância de no máximo dez minutos de atraso para o acesso às sessões.
Se o critério estivesse em vigor neste ano, Betti não veria o próprio filme. Ele chegou atrasado à sessão e deixou o palco vazio quando os mestres-de-cerimônia convidaram diretor e equipe a apresentar "Cafundó".
O cineasta disse que se atrasou porque, enquanto atravessava o tapete vermelho que leva à sala, foi solicitado para muitas entrevistas. "Pensei que alguém do festival estivesse cuidando da gente e me pinçaria dali a tempo", diz.
Zorzanello, de novo com a palavra, diz: "Tu vês como é. Uma contradição. Mas na questão do entra-e-sai ele tem toda razão".


A jornalista Silvana Arantes viajou a convite da organização do festival


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