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FESTIVAL DE GRAMADO
Paulo Betti, que chegou atrasado à exibição de seu filme, reclama da movimentação de convidados
Entra-e-sai nas sessões atrapalha projeção
SILVANA ARANTES
ENVIADA ESPECIAL A GRAMADO
O Festival de Gramado, 33, anda
meio trôpego. "É uma baderna. É
muito avacalhado", diz o ator e cineasta Paulo Betti, indignado
com o entra-e-sai de gente durante toda a sessão de seu filme concorrente, "Cafundó".
"Fiquei tentando segurar as
portas [de acesso à sala]. Tem
aquela festa na sala de espera, as
pessoas ficam bebendo e entram a
qualquer hora, para "dar uma
olhada'", diz, descrevendo uma
cena comum nas sessões da noite.
Com a abertura das imensas
portas do Palácio dos Festivais,
sede da competição, a luz invade a
tela e deforma a qualidade da projeção. "Pô, é como no teatro, atrapalha os atores", diz Betti.
A cada noite do festival, que começou na segunda passada, foram servidas 25 garrafas de uísque e 200 de prosecco, num bar
montado por um apoiador da
mostra. A bebida era gratuita e à
vontade para quem exibisse a pulseirinha-convite distribuída pela
empresa autora da promoção.
O presidente do festival, Enoir
Zorzanello, diz que Betti "tem toda razão" ao reclamar da movimentação de convidados na sala
durante a projeção dos filmes.
"Temos que começar a mudar o
procedimento do público e da
própria classe cinematográfica,
porque são os convidados da área
do audiovisual que criam este tipo
de problema", afirma.
No ano que vem, a organização
tentará impor o limite de tolerância de no máximo dez minutos de
atraso para o acesso às sessões.
Se o critério estivesse em vigor
neste ano, Betti não veria o próprio filme. Ele chegou atrasado à
sessão e deixou o palco vazio
quando os mestres-de-cerimônia
convidaram diretor e equipe a
apresentar "Cafundó".
O cineasta disse que se atrasou
porque, enquanto atravessava o
tapete vermelho que leva à sala,
foi solicitado para muitas entrevistas. "Pensei que alguém do festival estivesse cuidando da gente e
me pinçaria dali a tempo", diz.
Zorzanello, de novo com a palavra, diz: "Tu vês como é. Uma
contradição. Mas na questão do
entra-e-sai ele tem toda razão".
A jornalista Silvana Arantes viajou a
convite da organização do festival
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