São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 2002

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CRÍTICA

Diretora aborda temas clássicos com frescor

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

No tempo do cinema clássico, os filmes acabavam ao pé do altar com uma frequência tal que Erich von Stroheim, diretor de "Ouro e Maldição", orgulhava-se de fugir à convenção ao filmar o casal após o casamento. Mudaram os tempos e o cinema. Em "Um Dia de Rainha" não há o "boy meets girl", mas o que vem depois da relação amorosa.
São várias histórias. Duas de mulheres: Marie transa com um homem na festa de casamento dele, e depois se descobre grávida. Hortense é dispensada pelo amante atual e tenta reencontro com o anterior.
Duas de homens: Maurice é um ex-astro culinário da TV, hoje desempregado, que se prepara para receber Marlène, um antigo amor. Luis é um motorista de ônibus a quem a mulher informa que vai abandonar em pleno expediente.
Não são casos originais, mas a originalidade talvez não seja atributo indispensável a filmes sobre relações amorosas, em especial comédias. Gostamos de situações reconhecíveis. Os desdobramentos (encontros entre os personagens e quiproquós decorrentes) se encarregam de fornecer o inesperado.
O filme de Vernoux trabalha o imaginário da relação amorosa e seus momentos sensíveis expõem o quanto somos mobilizados por pequenos gestos, discretas atenções de um outro. "Um Dia de Rainhas" demonstra que é possível trabalhar com frescor temas clássicos e produzir filmes que, sem serem obras-primas, divertem honradamente o espectador.
Um Dia de Rainha


Reines d'un Jour    
Produção: França, 2001
Direção: Marion Vernoux
Com: Karin Viard e Hélène Fillières
Quando: a partir de hoje nos cines Jardim Sul, Sala UOL e circuito



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