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CRÍTICA
Diretora aborda temas clássicos com frescor
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
No tempo do cinema clássico, os filmes acabavam ao pé do altar com uma frequência tal que Erich von Stroheim, diretor de "Ouro e Maldição", orgulhava-se de fugir à convenção ao filmar o casal
após o casamento. Mudaram
os tempos e o cinema. Em "Um
Dia de Rainha" não há o "boy
meets girl", mas o que vem depois da relação amorosa.
São várias histórias. Duas de
mulheres: Marie transa com
um homem na festa de casamento dele, e depois se descobre grávida. Hortense é dispensada pelo amante atual e tenta
reencontro com o anterior.
Duas de homens: Maurice é
um ex-astro culinário da TV,
hoje desempregado, que se
prepara para receber Marlène,
um antigo amor. Luis é um
motorista de ônibus a quem a
mulher informa que vai abandonar em pleno expediente.
Não são casos originais, mas
a originalidade talvez não seja
atributo indispensável a filmes
sobre relações amorosas, em
especial comédias. Gostamos
de situações reconhecíveis. Os
desdobramentos (encontros
entre os personagens e quiproquós decorrentes) se encarregam de fornecer o inesperado.
O filme de Vernoux trabalha
o imaginário da relação amorosa e seus momentos sensíveis
expõem o quanto somos mobilizados por pequenos gestos,
discretas atenções de um outro.
"Um Dia de Rainhas" demonstra que é possível trabalhar
com frescor temas clássicos e
produzir filmes que, sem serem
obras-primas, divertem
honradamente o espectador.
Um Dia de Rainha
Reines d'un Jour
Produção: França, 2001
Direção: Marion Vernoux
Com: Karin Viard e Hélène Fillières
Quando: a partir de hoje nos cines
Jardim Sul, Sala UOL e circuito
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