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ILUSTRADA
50 Cent encerrou festival
Rapper leva 20 mil a estádio em São Paulo
THIAGO NEY
DA REDAÇÃO
"Put your hands up." O pedido
para levantar as mãos, típico dos
shows de rap, foi repetido à exaustão por 50 Cent, na madrugada de
ontem, no Pacaembu, em São
Paulo. E era sempre atendido pelas 20 mil pessoas que compareceram ao festival Chimera.
Artista consagrado pelos jovens
nos EUA (seu disco "Get Rich or
Die Tryin" vendeu mais de 5 milhões de cópias no país), esta foi a
primeira apresentação do cantor
no Brasil. Antes do norte-americano, subiram ao palco O Rappa,
Marcelo D2, Rappin" Hood, Helião e Negra Li.
O público no Pacaembu era dos
mais diversificados: desde patricinhas vestidas com roupas e sapatos caros até fanáticos fãs de hip
hop da periferia, com calças e camisas largas, estampando seus
rappers preferidos. Parece que
apenas a organização do evento
trabalhou contra essa mistura, ao
colocar bem em frente ao palco
-ou seja, no melhor local- uma
área "VIP" para seus convidados.
Mas o que mais chamava a atenção era a quantidade de crianças.
"Tive que chegar aqui às 16h", disse a enfermeira Zakia Seno Alfieri,
45, que, das numeradas, acompanhava seus dois filhos -uma de
11 e um de 15 anos-, uma amiga
e outros cinco adolescentes. "Pensei: "Será que vou agüentar?". Mas
está sendo ótimo. É uma maneira
de estreitar vínculos com os filhos. Alguns rappers extrapolam,
mas não vejo muitos problemas."
Um dos maiores expoentes do
gangsta rap (que adora exaltar nas
letras a violência e um certo machismo), 50 Cent até que não extrapolou muito no show, que começou à 0h10. O único momento
polêmico foi quando disse que "a
melhor coisa que encontrou no
Brasil foi a maconha. Uma das
melhores do mundo".
50 Cent mostrou-se mais um
entertainmer do que um rapper
desbocado. Em uma hora de
apresentação, pulava, fazia piadas
e atirava camisetas e toalhas.
O show foi baseado nas músicas
de "Get Rich...", como o megahit
"In da Club" e "Wanksta", canção
em que ele brinca com os rappers
que fingem serem "gangsta".
Abriu espaço também para uma
homenagem a Tupac Shakur e
Notorius BIG, rappers que foram
assassinados nos anos 90 e que,
suspeita-se, a morte de um tenha
relação com a do outro, e para um
divertido cover de "Work It", de
Missy Elliott.
Após alguma chuva e com as
músicas conhecidas se esgotando,
a apresentação de 50 Cent -que
estava acompanhado por um DJ e
pelo MC Loyd Banks, de seu grupo G Unit- foi ficando morna.
No final, após bradar "put your
hands up" pela 590ª vez, mais ou
menos, despediu-se atirando seus
tênis à platéia.
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