Músico quer fazer "uma das melhores sessões de sopro" no Brasil

FABRICIO VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um jazz refinado, bem comportado e com respeito à tradição. Seguindo a receita de Wynton Marsalis, um de seus mentores, Irvin Mayfield tem se tornado queridinho do jazz americano.
Aos 32 anos, o trompetista de Nova Orleans, premiado com o Grammy neste ano, desembarca no país, prometendo "uma das melhores sessões de sopro".
Para quem gosta de jazz tradicional, a NOJO (New Orleans Jazz Orchestra), comandada por Mayfield, não deve decepcionar. Aqui não há espaços para radicalidade e experimentações: quem dá as cartas são figuras como Duke Ellington (1899-1974) e Count Basie (1904-1984).
"Quando penso neles, penso em Bach e Beethoven. Como Ellington, tenho composto para cada músico da orquestra, individualmente.
Como Basie, cada uma das composições tem groove, swing e personalidade", disse Mayfield à Folha.
Após a devastação causada pelo furacão Katrina, em 2005, Mayfield assumiu papel central no renascimento cultural de Nova Orleans, liderando um projeto universitário com jovens músicos.
"Buscamos fazer com que os jovens fiquem imersos no jazz como arte e disciplina.
Os jovens gostam de jazz, mas acabam tendo pouco acesso. Tentamos mudar isso", afirmou, destacando a relevância das redes sociais no processo.