São Paulo, segunda-feira, 20 de setembro de 2010

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60 anos de TV

Comemoração reuniu dezenas de artistas na noite de sábado em SP, mas faltou alguém: a transmissão

Fotos João Brito/Folhapress
Raul Gil imitou Chacrinha,Vicente Celestino e Cauby

IVAN FINOTTI
DE SÃO PAULO

Faltou uma convidada de honra. Uma que está com a televisão desde seu início, uma sem a qual a TV nem sequer faz sentido: faltou a transmissão.
"Andei perguntando, mas não houve interesse das emissoras", revela Vida Alves, presidente e criadora da Pró-TV, a Associação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da Televisão Brasileira (www.museudatv.com.br), responsável pela realização da festa de anteontem, que foi gravada.
Mas, se essa lacuna privou os telespectadores em casa, não chegou a ofuscar a festa que comemorou os 60 anos da primeira transmissão da TV brasileira, em 18 de setembro de 1950.
O evento, que teve os ingressos gratuitos esgotados, aconteceu no Memorial da América Latina, para uma plateia de 1.400 pessoas. Com números musicais, homenagens e muitas histórias, a comemoração reuniu dezenas de artistas e durou três horas e meia.
Gente como Rolando Boldrin, Laura Cardoso, Ronnie Von, Antônio Abujamra, Goulart de Andrade, Silvia Poppovic, Leão Lobo, Silvio de Abreu e Wilma Bentivegna, entre muitos outros, sob direção de Nilton Travesso.

MUSEU
Talvez o momento mais importante da noite tenha sido a cobrança de Hebe Camargo aos políticos convidados para subir ao palco. A apresentadora falou da falta de um museu da TV brasileira e fez o governador Alberto Goldman e o prefeito Gilberto Kassab prometerem colocar dinheiro na obra: "Até o fim deste ano, a semente estará plantada", afirmou o primeiro. "Compromisso firmado", concordou o segundo.
O museu é uma antiga luta de Vida Alves, atriz que deu o primeiro beijo transmitido (em Walter Forster) e que mantém em sua casa grande parte desse acervo histórico.
Lolita Rodrigues, que cantou o hino da TV (encomendado por Assis Chateaubriand) na transmissão original, relembrou a letra, que considera "um horror": "Vingou como tudo vinga/ No teu chão, Piratininga/ A cruz que Anchieta plantou/ Pois dir-se-á que ela hoje acena/ Por uma altíssima antena".
Cid Moreira informou que terminou de gravar "a "Bíblia", do "Gênesis" ao "Apocalipse". Seriam 120 CDs, mas usando DVD e mp3, coube tudo em apenas dois discos. Não é um milagre de Deus?"
Ao final, os artistas emocionaram o público lembrando de colegas mortos. "Eu lembro de Walter Clark", começou Regina Duarte. "Eu lembro de Carlos Zara", disse Eva Wilma.
E assim foram sendo lembrados Raul Cortez, Cassiano Gabus Mendes, Roberto Marinho, Paulo Autran, Dina Sfat, Janete Clair, Gianfrancesco Guarnieri.
E então, o público emocionou os artistas, ao começar a gritar seus próprios preferidos: "Dercy Gonçalves!", "Walter Avancini!", "Ronald Golias!", "Mussum!"... Cacildis, foi uma noite e tanto!


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