São Paulo, segunda, 20 de outubro de 1997.




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Tormenta invisível

HELOÍSA SEIXAS

O escritor americano Paul Auster conta que tomou um susto com a derrubada do Muro de Berlim. É que, no exato dia, ele punha ponto final em seu romance "A Música do Acaso", que falava de muros, de libertação. "Toda vez que penso nisso, começo a tremer."
Com razão. Escrevendo, às vezes desencadeamos uma espécie de tormenta invisível, que acaba refletida na vida palpável. Ficção, alimentada pelos eflúvios de quem cria (ou de quem lê), pode ganhar força -e materializar-se. Escrever é manifestação do sobrenatural. Escritores nunca deveriam ser incréus.




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