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São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2003

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MÚSICA

TIM FESTIVAL

Com noite esgotada no Rio, cantora faz show também em SP

kd lang canta diversidade refinada em maiúsculas

SHIN OLIVA SUZUKI
DA REDAÇÃO

Poucos artistas conseguem transitar tão facilmente por diferentes gêneros sem ter sua reputação abalada. Do explosivo início na música country, consolidando a carreira no pop refinado e a amadurecendo com standards de jazz, a cantora kd lang (ela faz questão de grafar o seu nome em minúsculas) sempre se manteve em evidência por sua marcante voz, que já recebeu o acompanhamento de Roy Orbison (1936-88) e Tony Bennett, duas lendas da música norte-americana.
A cantora, que faz 42 anos no próximo dia 2, irá apresentar sua diversidade em maiúsculas ao público brasileiro, em shows no Rio (apresentação no Tim Festival com ingressos já esgotados), dia 31/10, e em São Paulo, dia 1º/11.
Em entrevista à Folha, ela afirma que fará uma retrospectiva da carreira, mas com arranjos diferentes, já que tocará com seu trio de jazz. Leia a seguir trechos da conversa com a artista canadense, em que ela fala inclusive do plágio dos Rolling Stones sobre sua música "Constant Craving".

Folha - Como começou seu envolvimento com a música?
kd lang -
Eu cheguei à música country por um caminho realmente muito bizarro. Antes, eu tocava punk industrial, era uma artista performática. A música country era algo a que eu definitivamente não estava ligada. O amor por ela nasceu como uma paixão kitsch. Quando comecei a estudar de fato o country, me apaixonei por sua honestidade.

Folha - O que você acha do aspecto conservador que caracteriza a cena country nos EUA?
lang -
Sempre foi assim, e provavelmente sempre será. Os EUA são um país muito conservador, que apenas finge ser liberal.

Folha - Foi difícil assumir a sua sexualidade justamente durante sua fase country?
lang -
Não. Há coisas na vida que pensamos se devemos ou não fazer, mas eu havia me assumido lésbica desde os 17 anos. Acho que foi mais difícil para o público.

Folha - Você ganhou muito dinheiro com "Anybody Seen My Baby", dos Rolling Stones?
lang -
Não sei quanto ganhei, apenas sei que teria direito a 25% do faturamento sobre a música, o que imagino que seja bem razoável. Recebi à época uma ligação do advogado dos Rolling Stones dizendo que eles iriam creditar a música a mim e a Ben Mink (parceiro musical de lang). Foi algo meio "puxa, ganhei na loteria" [risos]. Quando eu ouvi a música, era muito óbvio que tinha bastante a ver com "Constant Craving". Não iria processá-los, mas foi um gesto legal deles.

Folha - Você disse à época de "Invincible Summer" (2000) que estava ouvindo música brasileira. Como começou esse interesse?
lang -
A música brasileira dos anos 60, quando apareceram Astrud Gilberto, Tom Jobim e outros, teve um tremendo impacto na música americana. Há uma rádio em Los Angeles que toca muitas músicas do Brasil... É sempre um prazer ouvir a harmonia e a estrutura brasileiras.

Folha - Parece que você vai comemorar o seu aniversário no Brasil...
lang -
[Risos] É verdade. Meus planos são de apenas deitar e nadar nua em alguma praia daí.


KD LANG. Show da cantora canadense em SP. Quando: 1º de novembro, às 22h. Onde: DirecTV Music Hall (av. Jamaris, 213, Moema, São Paulo, tel. 0/xx/11/ 6846-6040). Quanto: de R$ 60 a R$ 100.


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