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MÚSICA
TIM FESTIVAL
Com noite esgotada no Rio, cantora faz show também em SP
kd lang canta diversidade refinada em maiúsculas
SHIN OLIVA SUZUKI
DA REDAÇÃO
Poucos artistas conseguem
transitar tão facilmente por diferentes gêneros sem ter sua reputação abalada. Do explosivo início
na música country, consolidando
a carreira no pop refinado e a
amadurecendo com standards de
jazz, a cantora kd lang (ela faz
questão de grafar o seu nome em
minúsculas) sempre se manteve
em evidência por sua marcante
voz, que já recebeu o acompanhamento de Roy Orbison (1936-88)
e Tony Bennett, duas lendas da
música norte-americana.
A cantora, que faz 42 anos no
próximo dia 2, irá apresentar sua
diversidade em maiúsculas ao público brasileiro, em shows no Rio
(apresentação no Tim Festival
com ingressos já esgotados), dia
31/10, e em São Paulo, dia 1º/11.
Em entrevista à Folha, ela afirma que fará uma retrospectiva da
carreira, mas com arranjos diferentes, já que tocará com seu trio
de jazz. Leia a seguir trechos da
conversa com a artista canadense,
em que ela fala inclusive do plágio
dos Rolling Stones sobre sua música "Constant Craving".
Folha - Como começou seu envolvimento com a música?
kd lang - Eu cheguei à música
country por um caminho realmente muito bizarro. Antes, eu
tocava punk industrial, era uma
artista performática. A música
country era algo a que eu definitivamente não estava ligada. O
amor por ela nasceu como uma
paixão kitsch. Quando comecei a
estudar de fato o country, me
apaixonei por sua honestidade.
Folha - O que você acha do aspecto conservador que caracteriza a
cena country nos EUA?
lang - Sempre foi assim, e provavelmente sempre será. Os EUA
são um país muito conservador,
que apenas finge ser liberal.
Folha - Foi difícil assumir a sua sexualidade justamente durante sua
fase country?
lang - Não. Há coisas na vida
que pensamos se devemos ou não
fazer, mas eu havia me assumido
lésbica desde os 17 anos. Acho que
foi mais difícil para o público.
Folha - Você ganhou muito dinheiro com "Anybody Seen My
Baby", dos Rolling Stones?
lang - Não sei quanto ganhei,
apenas sei que teria direito a 25%
do faturamento sobre a música, o
que imagino que seja bem razoável. Recebi à época uma ligação
do advogado dos Rolling Stones
dizendo que eles iriam creditar a
música a mim e a Ben Mink (parceiro musical de lang). Foi algo
meio "puxa, ganhei na loteria"
[risos]. Quando eu ouvi a música,
era muito óbvio que tinha bastante a ver com "Constant Craving".
Não iria processá-los, mas foi um
gesto legal deles.
Folha - Você disse à época de "Invincible Summer" (2000) que estava ouvindo música brasileira. Como começou esse interesse?
lang - A música brasileira dos
anos 60, quando apareceram Astrud Gilberto, Tom Jobim e outros, teve um tremendo impacto
na música americana. Há uma rádio em Los Angeles que toca muitas músicas do Brasil... É sempre
um prazer ouvir a harmonia e a
estrutura brasileiras.
Folha - Parece que você vai comemorar o seu aniversário no Brasil...
lang - [Risos] É verdade. Meus
planos são de apenas deitar e nadar nua em alguma praia daí.
KD LANG. Show da cantora canadense
em SP. Quando: 1º de novembro, às 22h.
Onde: DirecTV Music Hall (av. Jamaris,
213, Moema, São Paulo, tel. 0/xx/11/
6846-6040). Quanto: de R$ 60 a R$ 100.
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