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MÚSICA
Dono do disco independente mais vendido da história, grupo baseará seus shows nos hits que criou em 20 anos de vida
Como uma "jukebox" de seus fãs, Offspring toca em SP
DA REDAÇÃO
Vinte anos e mais de 15 milhões
de discos depois, o Offspring ainda está aqui, alimentando a diversão de seus fãs e dando a eles o
que eles querem ouvir.
Saída de Orange County, a mesma área perto de Los Angeles que
serve de cenário para o seriado
teen "The O.C.", a banda punk-pop retorna ao Brasil pela quarta
vez para turnê que tem seqüência
hoje e amanhã em São Paulo.
"Acho que, quando você faz um
show, o público vai para ouvir as
músicas de que eles gostam. Então tentamos tocar um pouco de
cada um de nossos álbuns. Há
bandas que não tocam suas canções mais antigas, só as novas.
Não concordo com isso. Você deve tocar o que o público quer ouvir", disse à Folha o vocalista Dexter Holland, ao ser questionado
sobre como seriam os shows.
Ao mesmo tempo em que demonstra uma certa acomodação
do Offspring nos últimos tempos,
a declaração de Holland também
registra bastante honestidade de
sua parte. Afinal esta é a banda
que produziu "Smash", o disco
independente mais vendido da
história -11 milhões de cópias
nos EUA-, e ele sabe que dificilmente conseguirão alcançar novamente algo parecido.
O último disco, "Splinter", saiu
neste ano, inclusive no Brasil, e
traz um Offspring adicionando às
suas guitarras algumas novidades, como elementos de rap e reggae. "Não é exatamente uma mudança de direção. Em cada álbum
nosso tentamos imprimir sons diferentes. Neste temos um pouco
de reggae, um pouco de hip hop,
mas, no geral, é um álbum cheio
de guitarras altas e rápidas."
É um pouco diferente dos
"pops" e bem-humorados "Americana" (98) e "Conspiracy of
One" (2000), que, de uma forma
ou de outra, venderam bem e serviram de modelos para uma enxurrada de bandas como Good
Charlotte e Blink 182. "Fico lisonjeado. "Americana" era um disco
pop, com músicas como "Pretty
Fly (For a White Guy)" e "Why
Don't You Get a Job?". Talvez algumas bandas pegaram algo ali."
Aos 38 anos, com dinheiro e
tendo conhecido praticamente o
mundo inteiro, Holland diz que
não vê o Offspring como banda
"velha" e afirma ainda ter motivação para sair em turnês e "competir" com as bandas mais novas.
"Não me sinto velho. Começamos bem cedo, éramos inspirados por Ramones, Dead Kennedys, e essas bandas não me parecem velhas ainda hoje... Sempre
que começamos a gravar um disco pensamos no que fazer para
continuar com um som atual."
Atual e fresco é como ele vê
"Smash" após esses dez anos.
"Sinto muito orgulho. Quando ficou pronto, pensei: "Fizemos um
disquinho muito bom". Não imaginava que fosse nos afetar da maneira como aconteceu. Algumas
vezes escuto coisas de bandas que
já acabaram, que brigaram, escuto as canções delas e percebo como aquilo envelheceu. Mas por
alguma razão as pessoas ainda
ouvem "Smash". O que os Ramones fizeram nos anos 70 ainda soa
atual em 2004. Acho que ocorre o
mesmo com "Smash", é incrível."
Além de liderar o Offspring,
Holland, que é formado em biologia, dedica seu tempo à Nitro, sua
gravadora. "Somos um pequeno
selo independente punk. Assinamos com bandas de que eu gosto."
(THIAGO NEY)
OFFSPRING. Em São Paulo: Credicard
Hall (av. Nações Unidas, 17.955, tel. 0/
xx/11/ 6846-6010); hoje e amanhã, às
21h30; de R$ 90 a R$ 200. No Rio: Claro
Hall (av. Ayrton Senna, 3.000, cj. 1.005,
tel. 0300-789-6846); dia 22/10, às 22h30;
de R$ 90 a R$ 200. Em Recife: Chevrolet
Hall (av. Governador Agamento
Magalhães SN Salgadinho, tel. 0/xx/81/
3427-7500); dia 24/10, às 18h; R$ 60.
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