São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2004

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MÚSICA

Dono do disco independente mais vendido da história, grupo baseará seus shows nos hits que criou em 20 anos de vida

Como uma "jukebox" de seus fãs, Offspring toca em SP

DA REDAÇÃO

Vinte anos e mais de 15 milhões de discos depois, o Offspring ainda está aqui, alimentando a diversão de seus fãs e dando a eles o que eles querem ouvir.
Saída de Orange County, a mesma área perto de Los Angeles que serve de cenário para o seriado teen "The O.C.", a banda punk-pop retorna ao Brasil pela quarta vez para turnê que tem seqüência hoje e amanhã em São Paulo.
"Acho que, quando você faz um show, o público vai para ouvir as músicas de que eles gostam. Então tentamos tocar um pouco de cada um de nossos álbuns. Há bandas que não tocam suas canções mais antigas, só as novas. Não concordo com isso. Você deve tocar o que o público quer ouvir", disse à Folha o vocalista Dexter Holland, ao ser questionado sobre como seriam os shows.
Ao mesmo tempo em que demonstra uma certa acomodação do Offspring nos últimos tempos, a declaração de Holland também registra bastante honestidade de sua parte. Afinal esta é a banda que produziu "Smash", o disco independente mais vendido da história -11 milhões de cópias nos EUA-, e ele sabe que dificilmente conseguirão alcançar novamente algo parecido.
O último disco, "Splinter", saiu neste ano, inclusive no Brasil, e traz um Offspring adicionando às suas guitarras algumas novidades, como elementos de rap e reggae. "Não é exatamente uma mudança de direção. Em cada álbum nosso tentamos imprimir sons diferentes. Neste temos um pouco de reggae, um pouco de hip hop, mas, no geral, é um álbum cheio de guitarras altas e rápidas."
É um pouco diferente dos "pops" e bem-humorados "Americana" (98) e "Conspiracy of One" (2000), que, de uma forma ou de outra, venderam bem e serviram de modelos para uma enxurrada de bandas como Good Charlotte e Blink 182. "Fico lisonjeado. "Americana" era um disco pop, com músicas como "Pretty Fly (For a White Guy)" e "Why Don't You Get a Job?". Talvez algumas bandas pegaram algo ali."
Aos 38 anos, com dinheiro e tendo conhecido praticamente o mundo inteiro, Holland diz que não vê o Offspring como banda "velha" e afirma ainda ter motivação para sair em turnês e "competir" com as bandas mais novas.
"Não me sinto velho. Começamos bem cedo, éramos inspirados por Ramones, Dead Kennedys, e essas bandas não me parecem velhas ainda hoje... Sempre que começamos a gravar um disco pensamos no que fazer para continuar com um som atual."
Atual e fresco é como ele vê "Smash" após esses dez anos. "Sinto muito orgulho. Quando ficou pronto, pensei: "Fizemos um disquinho muito bom". Não imaginava que fosse nos afetar da maneira como aconteceu. Algumas vezes escuto coisas de bandas que já acabaram, que brigaram, escuto as canções delas e percebo como aquilo envelheceu. Mas por alguma razão as pessoas ainda ouvem "Smash". O que os Ramones fizeram nos anos 70 ainda soa atual em 2004. Acho que ocorre o mesmo com "Smash", é incrível."
Além de liderar o Offspring, Holland, que é formado em biologia, dedica seu tempo à Nitro, sua gravadora. "Somos um pequeno selo independente punk. Assinamos com bandas de que eu gosto." (THIAGO NEY)


OFFSPRING. Em São Paulo: Credicard Hall (av. Nações Unidas, 17.955, tel. 0/ xx/11/ 6846-6010); hoje e amanhã, às 21h30; de R$ 90 a R$ 200. No Rio: Claro Hall (av. Ayrton Senna, 3.000, cj. 1.005, tel. 0300-789-6846); dia 22/10, às 22h30; de R$ 90 a R$ 200. Em Recife: Chevrolet Hall (av. Governador Agamento Magalhães SN Salgadinho, tel. 0/xx/81/ 3427-7500); dia 24/10, às 18h; R$ 60.


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