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Jumbo Elektro satiriza circo pop
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
Modernos e modernosos têm
destino certo hoje, já que os ingleses do Chemical Brothers, o
maior nome da música eletrônica
atual, tocam em São Paulo. Mas
isso é mero detalhe para os paulistanos do Jumbo Elektro, um dos
maiores entre os menores do underground local, que toca quase
no mesmo horário no Sesc Pompéia. Fazer tudo ao contrário do
que manda o circo do pop é sua
principal característica.
À primeira olhada, o septeto
paulistano pode ser visto como
apenas mais uma banda engraçadinha. Não é para menos. Eles pedem vaias no fim de cada música.
O vocalista usa como instrumentos musicais vários brinquedos e
um extintor. Fazem performances e adotam pseudônimos, como
Frito Sampler e Lê Cheval. E, principalmente, as letras não fazem
sentido nenhum, levando ao extremo o "conceito" da "embromation", já que os quatro vocalistas cantam frases sem sentido em
português e simulacros de alemão, inglês, japonês e espanhol.
Puro erro considerá-los filhotes
do pop dos anos 90, como Mamonas Assassinas. "Quando começaram as comparações, pegamos
mais leve. Tudo é superensaiado,
não é apenas o humor. Mas, se
quiserem comparar, paciência",
diz o guitarrista Marcelo Ozório.
O grupo, que surgiu há um ano
e meio e logo se tornou um dos
mais requisitados no circuito de
casas noturnas alternativas de SP,
é filhote dos músicos que integram a gravadora independente
Reco-Head. Com exceção do vocalista Gunter, todos os outros
membros do Jumbo se revezam
na formação de grupos "sérios",
como Cérebro Eletrônico, Labo,
Luz de Caroline etc.
"Que raiva! Nessas bandas, fazemos aquele som todo sério, de
vanguarda, com letras, mas todo
mundo dá as costas", diz Ozório,
em tom de brincadeira.
O vocalista Tatá Aeroplano explica a origem da idéia: "A canção
é o principal. Às vezes, vou compondo e vejo que a letra não se encaixa no português".
O resultado poderá ser verificado no primeiro CD do grupo,
"Freak to Meet You -The Very
Best of Jumbo Elektro (The Ultimate Compilation)", que sairá no
mês que vem. "O engraçado é que
tive que colocar as letras no papel.... e, nos shows, o público canta junto e faz uma versão "embromation" da "embromation"."
A música? Imagine um Frankenstein com a cara do Devo, o
espírito do B-52's, a alegria do
Mutantes, os pés do Kraftwerk e a
presença de palco de Iggy Pop.
Complicado? Sim, é muito mais
do que uma mera piada.
JUMBO ELEKTRO. Quando: hoje, às 21h,
no Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, SP, tel. 0/
xx/11/3871-7700). Entrada franca.
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