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ILUSTRADA
Queda-de-braço com setor determinou mudanças
Governo desiste de taxar ingresso de cinema, mas celular terá cobrança
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
A previsão de taxar em 10% a
venda de ingressos em cinema foi
eliminada ontem do anteprojeto
de lei do MinC (Ministério da
Cultura) que cria a Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual (Ancinav).
As associações de exibidores
(proprietários de cinema) pressionaram pela derrubada da taxa,
porque previam aumento no valor dos ingressos e queda de freqüência, caso ela vigorasse.
Para compensar a perda de receitas, será sugerida a criação de
taxa sobre a venda de aparelhos
de TV, videocassete, DVD, monitores de computador e celulares
que transmitem imagens e também sobre a transmissão de conteúdo audiovisual por celular.
De acordo com o anteprojeto do
governo, todas as fontes de recursos seriam alocadas em dois fundos, destinados a fomentar a cadeia produtiva do cinema nacional (produção, distribuição e exibição) e a manter as atividades da
nova agência reguladora.
A Ancinav substitui a Ancine
(Agência Nacional do Cinema),
criada por medida provisória em
2001, e acresce às suas competências a regulação de setores como
TV e telefonia celular ( transmissora de conteúdo audiovisual).
As mudanças no anteprojeto do
MinC foram decididas em reunião dos especialistas em cinema
e TV que integram o Conselho
Superior de Cinema com equipe
do ministério, em Brasília.
Na queda-de-braço sobre as taxações, o governo conseguiu
manter a cobrança que será devida pelos anunciantes publicitários em TV, mas com redução do
índice, de 4% para 3%. A rodada
de reuniões do chamado segmento civil do Conselho (há ainda nove ministros na composição plena
do órgão) prossegue até amanhã.
Hoje deve haver decisão sobre a
previsão de taxar cópias de filmes
estrangeiros. Para evitar a ocupação do mercado brasileiro pelos
grandes lançamentos norte-americanos (blockbusters) o MinC incluiu no anteprojeto taxa de R$
600 mil para estréias simultâneas
em mais de 200 cinemas. O país
possui cerca de 1.900 salas.
As filiais brasileiras das distribuidoras norte-americanas lutam
contra essa taxa, com o argumento de que ela é proibitiva e que levaria a retrocesso no mercado. As
estréias deixariam de ser simultâneos nas capitais no interior.
"Os conselheiros civis foram
mais sensíveis do que o MinC a
uma taxação que iria impactar a
expansão da atividade no país",
disse o presidente da rede Cinemark, Valmir Fernandes.
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