São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 2011

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Quero ser grande

Folha analisa intenções de crescimento da Osesp, que anunciou ontem programa para a temporada 2012

SIDNEY MOLINA
CRÍTICO DA FOLHA

Diante do anúncio, ontem à noite, da temporada 2012 da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo -a primeira da americana Marin Alsop como regente titular-, cabe analisar as metas da Osesp.
Em linhas gerais, sobressai a engenhosidade na escolha de obras, regentes e solistas, que evidencia a busca de excelência análoga à das melhores séries internacionais.
Agrupados sob um título -"Música em Tempos de Guerra e Paz"-, os repertórios ganham novo nexo. Com isso, também, a Osesp propõe um crivo, um olhar curatorial similar ao das principais mostras de cinema, literatura ou artes plásticas.
Em outra inovação, a Osesp terá um artista em residência. Como os violinistas Frank Peter Zimmermann (em Nova York) e Anne-Sophie Mutter (em Londres e Boston), o violoncelista Antonio Meneses interagirá com orquestra e público de modo aprofundado ao longo do ano. Há, no entanto, muito trabalho musical a ser feito para que a Osesp atinja o nível das tradicionais orquestras americanas e europeias.
Falta certa definição no som dos naipes, qualidade que pode ser preservada independentemente da tessitura, dinâmica ou andamento. Alsop, que regerá quase um terço da temporada, tem aí a sua principal missão.
Para além disso, porém, outra via -que a temporada 2012 enxerga- se mostra promissora: a ousadia da invenção, que passa pela graça da mistura do Brasil. Não se trata só de tocar repertório local, mas de renovar o cenário um tanto previsível do erudito. Atenta, a Osesp sabe que não precisa de mágica para crescer.


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