São Paulo, Sábado, 20 de Novembro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ARTES PLÁSTICAS

Museus da cidade abrem espaço para artistas brasileiros

Cildo Meireles mostra trabalhos em Nova York

MALU GASPAR
de Nova York

Os museus de Nova York estão abrindo espaço para a arte brasileira neste final de ano. Neste final de semana, em Manhattan, o artista plástico Cildo Meireles abriu sua primeira grande exposição em Nova York, no New Museum of Contemporary Art, com trabalhos feitos ao longo de seus 25 anos de carreira.
Meireles terá ainda obras expostas na Galeria Lelong e três painéis sobre o seu trabalho até 2000, além de expor a instalação "Camelô", que é uma miniatura de vendedor de rua, na vitrine do New Museum num único final de semana em dezembro.
A quilômetros dali, no alternativo Museu do Bronx, a mostra coletiva "Amnesia", que também começou neste final de semana, traz a nova geração de artistas latino-americanos, entre eles os brasileiros Tunga e Waltercio Caldas.
Boa parte das obras, além das referências dos países de origem de cada artista, aproveita cenários e referências brasileiras para compor um mural sobre a cultura e a história latino-americana.
No caso da mostra de Cildo Meireles, a primeira individual de um museu concentrado em exposições temáticas, não há tema dominante, embora entre as cinco instalações, 13 esculturas e 25 desenhos haja a intenção de mexer com as sensações do público.
O contraste entre cores, ambientes e sons é o fio condutor de todas as obras.
Para Meireles, que começou como desenhista no final dos anos 60, na mesma leva de artistas de Hélio Oiticica e Lígia Clark, o ideal é mesmo não haver mensagem preconcebida. "Eu acho que, para o meu trabalho, quanto mais leituras divergentes melhor", disse Meireles à Folha, na última quinta, em Nova York.
Por isso, não usa rótulos para se auto-definir, embora não se incomode com os usados para dar nome ao seu trabalho. "Você nunca pode fugir dos rótulos, é uma questão de pragmatismo, para haver referência sobre as coisas."
A exposição de Cildo Meireles, que ocupa os três andares do New Museum, no Soho, fica em cartaz até março do ano que vem. Depois, deve ser trazida ao Brasil, onde será exposta no MAM (Museu de Arte Moderna) de São Paulo e no MAM do Rio. "Amnésia", do Museu do Bronx, termina em fevereiro.


Texto Anterior: "O Que o Mordomo Viu": Comédia traz o teatro corrosivo de Joe Orton
Próximo Texto: Cinema: Havana faz tributo a Hector Babenco
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.