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ARTES PLÁSTICAS
Museus da cidade abrem espaço para artistas brasileiros
Cildo Meireles mostra
trabalhos em Nova York
MALU GASPAR
de Nova York
Os museus de Nova York estão
abrindo espaço para a arte brasileira neste final de ano. Neste final
de semana, em Manhattan, o artista plástico Cildo Meireles abriu
sua primeira grande exposição
em Nova York, no New Museum
of Contemporary Art, com trabalhos feitos ao longo de seus 25
anos de carreira.
Meireles terá ainda obras expostas na Galeria Lelong e três
painéis sobre o seu trabalho até
2000, além de expor a instalação
"Camelô", que é uma miniatura
de vendedor de rua, na vitrine do
New Museum num único final de
semana em dezembro.
A quilômetros dali, no alternativo Museu do Bronx, a mostra coletiva "Amnesia", que também
começou neste final de semana,
traz a nova geração de artistas latino-americanos, entre eles os brasileiros Tunga e Waltercio Caldas.
Boa parte das obras, além das
referências dos países de origem
de cada artista, aproveita cenários
e referências brasileiras para
compor um mural sobre a cultura
e a história latino-americana.
No caso da mostra de Cildo
Meireles, a primeira individual de
um museu concentrado em exposições temáticas, não há tema dominante, embora entre as cinco
instalações, 13 esculturas e 25 desenhos haja a intenção de mexer
com as sensações do público.
O contraste entre cores, ambientes e sons é o fio condutor de
todas as obras.
Para Meireles, que começou como desenhista no final dos anos
60, na mesma leva de artistas de
Hélio Oiticica e Lígia Clark, o
ideal é mesmo não haver mensagem preconcebida. "Eu acho que,
para o meu trabalho, quanto mais
leituras divergentes melhor", disse Meireles à Folha, na última
quinta, em Nova York.
Por isso, não usa rótulos para se
auto-definir, embora não se incomode com os usados para dar nome ao seu trabalho. "Você nunca
pode fugir dos rótulos, é uma
questão de pragmatismo, para
haver referência sobre as coisas."
A exposição de Cildo Meireles,
que ocupa os três andares do New
Museum, no Soho, fica em cartaz
até março do ano que vem. Depois, deve ser trazida ao Brasil,
onde será exposta no MAM (Museu de Arte Moderna) de São Paulo e no MAM do Rio. "Amnésia",
do Museu do Bronx, termina em
fevereiro.
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