|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica
Filme de Khouri reflete ano fértil do nosso cinema
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
1964 foi um ano muito especial para o cinema brasileiro.
Teve "Vidas Secas" e "Deus e o
Diabo na Terra do Sol". Mas teve também "Noite Vazia" (Canal Brasil, 22h40), o grande filme de Walter Hugo Khouri.
Khouri não era, certamente,
um cinemanovista, ao contrário de Glauber Rocha e Nelson
Pereira. Bem longe disso. Acreditava num cinema universal.
Por isso ninguém estranhará
que a história dos dois sujeitos
(um sendo rico e o outro pobre)
que saem em busca de diversões em uma noite tenha inúmeros aspectos em que ela poderia se passar em qualquer
parte do mundo. O que não o
torna um filme menos brasileiro -como poderemos ver-,
embora, talvez, o torne mais
paulista.
A convivência de correntes
opostas, que brigavam como
cães e gatos, naquele momento,
não indica mau funcionamento
e sim dá conta da tremenda vitalidade do cinema brasileiro
naquele momento em que se
impunha como uma atividade
intelectual.
Texto Anterior: Bate-papo: Série vê interação de personalidades Próximo Texto: Livro retrata Afeganistão pré-EUA Índice
|