São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TEATRO

Secretaria de Administração Penitenciária vai ocupar antigo presídio de SP; Teatro da Vertigem tenta negociar

"Apocalipse" pode não voltar ao Hipódromo

DA REPORTAGEM LOCAL

O espetáculo "Apocalipse 1,11", que saiu de cartaz no último domingo no presídio desativado do Hipódromo, em São Paulo, pode não retomar temporada em janeiro, como desejava o grupo Teatro da Vertigem.
Em reunião na semana passada, o diretor do Departamento de Saúde da Secretaria da Administração Penitenciária, José Nunes de Abreu, anunciou que o antigo presídio abrigará a sua nova central administrativa.
Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, o local receberá funcionários e centralizará projetos e documentos oriundos de 73 unidades penitenciárias do Estado. Atualmente, a central funciona na sede da secretaria, no centro da cidade. O Departamento de Saúde é lotado no mesmo prédio onde a peça é encenada desde dezembro do ano passado.
Segundo a produtora do espetáculo, Fernanda Signorini, não se trata de decisão que o grupo desconhecia. Quando a montagem retornou de curta temporada em Portugal, em novembro, a direção do espaço já havia comunicado a medida. "Mas conseguimos negociar a temporada até o final de dezembro", diz Fernanda.
O diretor de "Apocalipse 1,11", Antônio Araújo, afirma que tem consciência de que se trata de um espaço público, mas diz que a interrupção prejudica a trajetória da peça, que vinha lotando as sessões (cerca de 80 pessoas por noite) e tem uma demanda de espectadores por atender.
Até a conclusão desta edição, a Folha não conseguiu falar com o diretor José Nunes de Abreu, que estava em reunião, segundo sua assessoria. A produção tentará negociar com o secretário de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa.
Segundo a produtora, Nunes assumiu a função há cerca de cinco meses e suspendeu o acordo que o Teatro da Vertigem tinha com a diretoria anterior, que previa, por exemplo, o pagamento dos funcionários que ajudavam na segurança. "Não pagamos aluguel porque o órgão não pode receber dinheiro", diz Fernanda. A intenção é prorrogar a temporada até abril, tempo hábil para levantar nova produção no Rio. "Apocalipse 1,11" recebeu sete indicações para o Prêmio Shell. (VS)


Texto Anterior: Net cetera - Sérgio Dávila: "405", um curriculum vitae que diverte
Próximo Texto: Música: Banda usa nome do Olodum para realizar show e é presa no Paraná
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.