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ENTRELINHAS
De olho nas "escuelas"
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Buemba, buemba. Depois
de receber dois conglomerados estrangeiros em 2003, a
espanhola Planeta e a francesa
Larousse, o mercado editorial
brasileiro começará 2004 com
outra gigante européia entre
nós. Líder no mercado de didáticos na Espanha, o poderoso
Grupo SM começa a operar no
Brasil já no próximo mês.
A empresa, que tem faturamento na casa dos 150 milhões, atuará aqui com o selo
Edições SM, estampado em livros paradidáticos, de literatura
infantil e, claro, nos didáticos .
Dois diretores da empresa
confirmaram a informação para
a coluna "Entrelinhas", por telefone, do México. Rodrigo García
e Juan Pablo Guereño dizem que
é "investimento de grande porte
e de longo prazo", mas não falam em cifras. "O mercado brasileiro é difícil, mas é muito interessante. Teremos de aprender
bastante", diz Guereño.
Com operações fortes no México, no Chile e na Argentina, o
Grupo SM trabalha atualmente
na formação da equipe brasileira. "Preferimos montar uma
operação nossa, como a Planeta,
do que comprar outra editora,
como a Santillana (dona da Moderna)", afirma García.
FORA DA ESTANTE
"O Bom Soldado Svejk",
de Jaroslav Hasek, é um romance que anda de braços
dados com a expressão
"obra-prima satírica". As
aventuras do recruta gordo,
de barba malfeita, que contrapõe uma aparente ingenuidade a opiniões altamente iconoclastas, colocam o
autor ao lado de Kafka no
pódio das letras tchecas (e
eles tiveram algo em comum: nasceram em 1883,
com 60 dias de diferença, na
mesma Praga; morreram
Hasek em 1923, Kafka em
1924). Se Kafka chafurdou
na burocracia, Hasek foi de
artista de rua a soldado na
Primeira Guerra, prisioneiro
dos russos na Ucrânia. Daí
veio o substrato para a série
do soldado Svejk (ou
Schweik), apontada recentemente pelo húngaro-britânico Tibor Fischer como sua
obra predileta de ficção do
Leste Europeu, no jornal
"Guardian". No Brasil, o soldado está na reserva. Não há
nada de Hasek nas estantes.
MSR
Principal agência literária do
país, a BMSR agora é 100% brasileira. Lucia Riff, "dona do MSR"
do nome da agência (Mello e Souza Riff), acaba de comprar as cotas que eram da mega-agente espanhola Carmen Balcells (o "B"
da história). Os novos sócios são
Laura e João Paulo, filhos de Lúcia
que já trabalhavam com ela.
REFLORESTAMENTO
A obra de Florestan Fernandes, quase toda "fora da estante", está prestes a retomar o rumo das prateleiras. A maior parte de seus melhores trabalhos, como "A Integração do
Negro na Sociedade de Classes" e "A Função Social da
Guerra na Sociedade Tupinambá", está sendo negociada
pela família com três editoras.
CAIPIRINHA
Em entrevista ao jornal
"Washington Post" nesta semana, Paul Auster declarou
que virá pela primeira vez ao
Brasil em julho. O escritor é
mais um convidado confirmado para a segunda edição da
Festa Literária Internacional
de Parati.
CAMISA 12
Futebol e saxofone têm sido
os gramados do polivalente
Luis Fernando Verissimo. O
escritor acaba de finalizar um
livro sobre o seu time, o Internacional, e está nas lojas de disco com "A Bossa do Jazz"
(Paulinas), de seu grupo Jazz 6.
DA VINCI
"Da Vinci Code", do americano Dan Brown, maior fenômeno literário de 2003 (primeiro lugar nos EUA, Espanha, Itália etc.), entra em 2004
com casa no Brasil. A editora
Sextante lança o livro em abril.
MARCO ZERO
O centro de São Paulo volta a
ter uma livraria nova na segunda. O espaço, na rua 15 de Novembro, 316, é fruto de parceria da Imprensa Oficial do Estado com a Associação Brasileira de Editoras Universitárias.
ASSIM FALOU ZARATUSTRA
Carlinhos de Jesus chacoalhou o jantar de confraternização da Câmara Brasileira do Livro. O passista colocou os sócios da instituição, que encheram a Casa da Fazenda, em São
Paulo, para dançar da salsa ao
samba e filosofou: "A dança é a
poesia em movimento".
elek@folhasp.com.br
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