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FILMES
Papai Noel Trapalhão
Globo, 15h40.
(Santa Who?). EUA, 2000. Direção:
William Dear. Com Leslie Nielsen, Steven
Eckholdt. Um acidente faz Papai Noel
perder a memória. Nisso, ele é levado a
trabalhar como Papai Noel em época de
Natal. Comédia feita para TV.
Shrek
Globo, 22h05.
EUA, 2001, 89 min . Direção: Andrew
Adamson, Vicky Jenson. Shrek é o ogro
cuja vida é invadida por uma série de
personagens de contos de fadas, e que
precisa tornar-se um personagem de
conto para que tudo volte ao normal.
Grande sucesso, ganhador de Oscar de
melhor desenho, num momento em que
se registra um "boom" das animações,
seja por conta do digital, seja porque no
cinema uma percepção cada vez mais
elementar das coisas se impõe. Inédito.
Intercine
Globo, 1h50.
Abre a semana o eleito do público entre
"O Guarani" (1996, de Norma Bengell,
com Marcio Garcia, Gloria Pires) e "Toda
Nudez Será Castigada" (1973, de Arnaldo
Jabor, com Paulo Porto, Darlene Glória).
Para Minha Filha, com Amor
SBT, 2h15.
(To My Daughter with Love). EUA, 1994.
Direção: Kevin Hooks. Com Rick
Schroder. Depois que morre a mulher,
pai entrega a filha aos avós. Mas a coisa
não dá certo. Ele decide lutar para reaver
a guarda da menina. Para TV. Só para SP.
A Mosca
Globo, 3h35.
(The Fly). EUA, 1986, 100 min. Direção:
David Cronenberg. Com Jeff Goldblum,
Geena Davis. Ao testar seu excêntrico
invento -uma máquina de
teletransporte- cientista tem
misturados seus padrões moleculares e
os de uma mosca. Transforma-se, então,
num gigantesco inseto. Kafka na tela, em
parte. Um pouco de Prometeu. Um tanto
de crítica da ciência, também. E um tanto
de nojeira, que vale a pena agüentar.
Filme de primeira linha, não para todos
os gostos.
O Roubo
SBT, 3h50.
(The Steal). Inglaterra, 1994, 91 min.
Direção: John Hay. Com Alfred Molina,
Helen Slater. Uma hacker americana é
cooptada por advogado britânico com o
fim de penetrar nos sistemas de uma
organização financeira e devolver a país
do Terceiro Mundo aquilo que lhe foi
roubado. Como nem tudo dá certo, dá
em comédia. Só para São Paulo.
(IA)
As heroínas de Hitchcock
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Eram estranhas as relações de Hitchcock com suas
heroínas. Ele queria dominar inteiramente as atrizes
e, não raro, impor às personagens terríveis sofrimentos. Tippi Hedren sofreu
com esse sadismo de Hitch
talvez mais que ninguém.
Em "Os Pássaros" (Telecine Classic, 23h10), levou
não poucas bicadas de verdade em algumas cenas.
Hitch era um tirano, e a tirania era, aparentemente, a
maneira de se relacionar sexualmente com suas atrizes.
Quando uma se rebelava ele
era capaz de infernizar sua
vida bastante.
Às vezes, correndo os
olhos por sua biografia, não
parece estranho que seja ele
a conceber e executar as terríveis torturas que vemos
em "Os Pássaros", e que fazem deste filme uma das
obras-primas dos anos 60
(a década das obras-primas).
ESPECIAL
Chet encarna melancolia pré-Natal na TV
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Alguns se deprimem com a chegada do Natal. Alguns, a começar
pelo gato gordo da página ao lado,
se deprimem nas segundas-feiras.
Pois a segunda-feira da semana
natalina talvez não seja a data
mais apropriada para debater os
mais do que deprimentes últimos
dias de vida de Chet Baker.
Mas o fim da linha de um dos
músicos mais melancólicos da
história está no cardápio deste começo de noite. Então lá vai.
"Os Últimos Dias", documentário de uma TV holandesa, dá as
caras às 19h na Rede SescSenac.
Dar as caras talvez seja o termo.
Baker tinha duas delas. A primeira é a do garboso trompetista que
apareceu gloriosamente, aos 20 e
poucos, tocando ao lado de Charlie Parker, em 1952. A segunda é a
do homem de pele carcomida e
dentadura, que rastejava atrás de
qualquer músico que financiasse
sua próxima dose de heroína.
Um assombrou o planeta jazz.
O outro foi uma assombração.
E ambos cabem nos 60 minutos
do filme holandês, com o pendor,
anunciado em seu título, para o
Chet Baker da derrocada.
O fato de ter sido produzido nos
Países Baixos é uma das notas altas do documentário. Foi em
Amsterdã, em uma sexta-feira 13
de 1988, que o trompetista saiu de
cena, ao cair/se jogar (não se sabe)
de uma janela no 2º andar de uma
estalagem no centrão da cidade.
A equipe holandesa fala com
um policial que acompanhou a
descoberta do corpo (que inicialmente acreditou-se ser de algum
junkie anônimo), mostra o último lugar que ele tocou, em Roterdã, o quarto da pousada etc.
Os documentaristas também
mostram que fizeram a lição de
casa na pesquisa de arquivos. Em
imagens registradas por TVs da
Suécia ou Itália vemos Chet em
ação, em diversas fases, tocando,
entre outras, a jobiniana "Retrato
em Branco e Preto".
E é este o retrato que fica deste
documentário convencional, mas
correto. O do homem que sopra
em seu trompete algo como um
"Já conheço os passos dessa estrada/ Sei que não vai dar em nada/
Seus segredos sei de cor". Nesta
segunda, tire o sorriso do caminho. Chet vai passar com sua dor.
OS ÚLTIMOS DIAS. Quando: hoje, às
19h, na Rede SescSenac.
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