São Paulo, segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

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FILMES

Papai Noel Trapalhão
Globo, 15h40.
 
(Santa Who?). EUA, 2000. Direção: William Dear. Com Leslie Nielsen, Steven Eckholdt. Um acidente faz Papai Noel perder a memória. Nisso, ele é levado a trabalhar como Papai Noel em época de Natal. Comédia feita para TV.

Shrek
Globo, 22h05.
   
EUA, 2001, 89 min . Direção: Andrew Adamson, Vicky Jenson. Shrek é o ogro cuja vida é invadida por uma série de personagens de contos de fadas, e que precisa tornar-se um personagem de conto para que tudo volte ao normal. Grande sucesso, ganhador de Oscar de melhor desenho, num momento em que se registra um "boom" das animações, seja por conta do digital, seja porque no cinema uma percepção cada vez mais elementar das coisas se impõe. Inédito.

Intercine
Globo, 1h50.

Abre a semana o eleito do público entre "O Guarani" (1996, de Norma Bengell, com Marcio Garcia, Gloria Pires) e "Toda Nudez Será Castigada" (1973, de Arnaldo Jabor, com Paulo Porto, Darlene Glória).

Para Minha Filha, com Amor
SBT, 2h15.
 
(To My Daughter with Love). EUA, 1994. Direção: Kevin Hooks. Com Rick Schroder. Depois que morre a mulher, pai entrega a filha aos avós. Mas a coisa não dá certo. Ele decide lutar para reaver a guarda da menina. Para TV. Só para SP.

A Mosca
Globo, 3h35.
    
(The Fly). EUA, 1986, 100 min. Direção: David Cronenberg. Com Jeff Goldblum, Geena Davis. Ao testar seu excêntrico invento -uma máquina de teletransporte- cientista tem misturados seus padrões moleculares e os de uma mosca. Transforma-se, então, num gigantesco inseto. Kafka na tela, em parte. Um pouco de Prometeu. Um tanto de crítica da ciência, também. E um tanto de nojeira, que vale a pena agüentar. Filme de primeira linha, não para todos os gostos.

O Roubo
SBT, 3h50.
  
(The Steal). Inglaterra, 1994, 91 min. Direção: John Hay. Com Alfred Molina, Helen Slater. Uma hacker americana é cooptada por advogado britânico com o fim de penetrar nos sistemas de uma organização financeira e devolver a país do Terceiro Mundo aquilo que lhe foi roubado. Como nem tudo dá certo, dá em comédia. Só para São Paulo. (IA)

As heroínas de Hitchcock

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Eram estranhas as relações de Hitchcock com suas heroínas. Ele queria dominar inteiramente as atrizes e, não raro, impor às personagens terríveis sofrimentos. Tippi Hedren sofreu com esse sadismo de Hitch talvez mais que ninguém. Em "Os Pássaros" (Telecine Classic, 23h10), levou não poucas bicadas de verdade em algumas cenas.
Hitch era um tirano, e a tirania era, aparentemente, a maneira de se relacionar sexualmente com suas atrizes. Quando uma se rebelava ele era capaz de infernizar sua vida bastante.
Às vezes, correndo os olhos por sua biografia, não parece estranho que seja ele a conceber e executar as terríveis torturas que vemos em "Os Pássaros", e que fazem deste filme uma das obras-primas dos anos 60 (a década das obras-primas).

ESPECIAL

Chet encarna melancolia pré-Natal na TV

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Alguns se deprimem com a chegada do Natal. Alguns, a começar pelo gato gordo da página ao lado, se deprimem nas segundas-feiras. Pois a segunda-feira da semana natalina talvez não seja a data mais apropriada para debater os mais do que deprimentes últimos dias de vida de Chet Baker.
Mas o fim da linha de um dos músicos mais melancólicos da história está no cardápio deste começo de noite. Então lá vai.
"Os Últimos Dias", documentário de uma TV holandesa, dá as caras às 19h na Rede SescSenac.
Dar as caras talvez seja o termo. Baker tinha duas delas. A primeira é a do garboso trompetista que apareceu gloriosamente, aos 20 e poucos, tocando ao lado de Charlie Parker, em 1952. A segunda é a do homem de pele carcomida e dentadura, que rastejava atrás de qualquer músico que financiasse sua próxima dose de heroína.
Um assombrou o planeta jazz. O outro foi uma assombração.
E ambos cabem nos 60 minutos do filme holandês, com o pendor, anunciado em seu título, para o Chet Baker da derrocada.
O fato de ter sido produzido nos Países Baixos é uma das notas altas do documentário. Foi em Amsterdã, em uma sexta-feira 13 de 1988, que o trompetista saiu de cena, ao cair/se jogar (não se sabe) de uma janela no 2º andar de uma estalagem no centrão da cidade.
A equipe holandesa fala com um policial que acompanhou a descoberta do corpo (que inicialmente acreditou-se ser de algum junkie anônimo), mostra o último lugar que ele tocou, em Roterdã, o quarto da pousada etc.
Os documentaristas também mostram que fizeram a lição de casa na pesquisa de arquivos. Em imagens registradas por TVs da Suécia ou Itália vemos Chet em ação, em diversas fases, tocando, entre outras, a jobiniana "Retrato em Branco e Preto".
E é este o retrato que fica deste documentário convencional, mas correto. O do homem que sopra em seu trompete algo como um "Já conheço os passos dessa estrada/ Sei que não vai dar em nada/ Seus segredos sei de cor". Nesta segunda, tire o sorriso do caminho. Chet vai passar com sua dor.


OS ÚLTIMOS DIAS. Quando: hoje, às 19h, na Rede SescSenac.


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