São Paulo, terça-feira, 20 de dezembro de 2005

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CINEMA

Estúdio que criou animações como "Toy Story", "Procurando Nemo" e "Os Incríveis" ganha retrospectiva em museu em NY

MoMA expõe 20 anos de arte da animação da Pixar

DEEPTI HAJELA
DA ASSOCIATED PRESS

É uma raridade: desta vez são as crianças que podem querer arrastar seus pais para o museu, em vez de ser o contrário.
Uma nova exposição em Nova York traz algumas imagens muito reconhecíveis para qualquer pessoa que tenha ido ao cinema nos últimos dez anos: Woody, Buzz Lightyear, Marlin (o pai de Nemo) e outras criações dos artistas do estúdio de animação Pixar.
Mas quem for à exposição no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) pensando que verá apenas monitores digitais e imagens geradas por computadores pode preparar-se para uma surpresa. A mostra "Pixar: 20 Anos de Animação" é repleta de pinturas, desenhos e esculturas -todas as ferramentas tradicionais da animação.
"Queríamos assegurar que as pessoas entendessem que a animação computadorizada não é criada acionando botões", diz Steve Higgins, o curador principal da exposição no MoMA. "O trabalho preparatório é feito com os instrumentos tradicionais de lápis e papel, como a animação sempre foi feita."
A exposição foi inaugurada na última quarta-feira e fica no MoMA até 6 de fevereiro. É a maior mostra de animação que o museu já promoveu, e é a primeira vez que o material é visto fora do estúdio da Pixar, no norte da Califórnia. Ela coincide com o 20º aniversário do estúdio, em 2006.
"Queremos mostrar a nosso público o que consideramos ser o melhor trabalho de animação feito em qualquer momento dado, e, neste momento, esse trabalho melhor é da Pixar", afirma Higgins.
A exposição proporciona aos visitantes uma visão de bastidores de como os artistas da Pixar criam os mundos de seus filmes, além dos personagens. Assim, ela inclui o roteiro colorido em acrílico e guache que propõe a luz e as formas de "Vida de Inseto", uma série de esculturas em resina da criatura Sully, de "Monstros SA", e os desenhos feitos a lápis e caneta hidrográfica de Edna Moda, de "Os Incríveis".
"A maioria das pessoas supõe que o computador faz muito mais em nossos filmes do que ele faz realmente", avalia o vice-presidente executivo e guru criativo da Pixar, John Lasseter. "Na realidade, metade do trabalho é arte."
A mostra também inclui uma instalação intitulada "Artscape", que pega trabalhos em papel de outras partes da exposição e os converte em 3-D, além de uma referência à história da animação, sob a forma de um zootrópio. Este, um artefato criado no século 19, usa ilusões óticas para criar a impressão de que objetos se movem. Para a exposição no MoMA, a Pixar construiu um zootrópio com personagens de "Toy Story".
A exposição abrange os seis longas produzidos pelo estúdio, além de alguns trabalhos de arte de "Cars", que será lançado em junho de 2006, e materiais de alguns de seus curtas.
O museu vai exibir os longas-metragens e também alguns curtas da Pixar, entre eles a estréia norte-americana de "One Man Band". Também haverá uma série de palestras. Depois do MoMA, a exposição será levada a Londres, e passagens por outras cidades estão sendo planejadas.
Para encontrar o MoMA na internet, o site da instituição é www.moma.org.


Tradução Clara Allain

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