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ARTES PLÁSTICAS
Produção exibe modernidade de Barsotti
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
A revisão crítica do construtivismo brasileiro que tem pontuado o
meio artístico paulistano rende
frutos até na TV. "O Mundo da
Arte - Hércules Barsotti" (amanhã, às 22h, na Rede STV) é exemplo desse resgate, ao apresentar a
exposição "Não-Cor Cor", com
curadoria de Ana Maria Belluzzo,
exibida no MAM (Museu de Arte
Moderna) de São Paulo no ano
passado e também premiada pela
APCA (Associação Paulista dos
Críticos de Arte) como melhor retrospectiva daquele ano.
É interessante perceber que o
químico paulistano Barsotti, assim como Willys de Castro (1926-1988) -também motivo de apurado livro-homônimo da Cosacnaify que acaba de chegar às lojas-, abandona os preceitos do
grupo concreto paulista e se filia a
uma vertente menos rígida do
construtivismo, a carioca, na virada dos anos 50 para os 60. Por isso, sua obra parece ter ganhado
mais tardiamente a ressonância
que efetivamente merece.
A cuidadosa curadoria de Belluzzo na mostra que homenageia
Barsotti é exibida no documentário com a própria conduzindo
uma visita pela exposição.
A opção tem as vantagens e os
problemas de uma visita guiada.
Ao mesmo tempo em que a perspectiva da curadora é de grande
pertinência para o público, a direção do documentário acaba centrando muito seu foco apenas
nessa linha e desiste de elaborar
buscas iconográficas, de personagens e até formais de maior profundidade no universo do artista.
A obra de Barsotti, contudo, se
impõe e minimiza tal escolha televisiva. Ao termos contato com
seus prismas, com suas "forças
em expansão", como frisa a curadora, desdobramentos de suas experiências iniciais em preto-e-branco -Barsotti confessa, sorrindo, que as usou porque secam
mais rapidamente que as mais coloridas, antes da utilização corrente das tintas acrílicas-, temos
certeza da sua importância no cenário das artes plásticas brasileiras e suas revisões tão urgentes.
Hércules Barsotti
Quando: amanhã, às 22h, na STV
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