|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica
Dupla pop mais bem-sucedida do país, seu fim é bom para todo mundo
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de 17 anos de carreira, 16 discos gravados e 15 milhões de cópias vendidas, chega ao fim a
dupla mais bem-sucedida do
pop brasileiro. Ainda bem. Melhor para todo mundo.
Primeiro, melhor para a gente, pois nos livramos dessa bobagem massacrante de irmãos
certinhos e intocáveis que cerca o duo Sandy & Junior.
Melhor para os dois, que foram espertos e pararam após o
"Acústico", seu melhor álbum.
E porque, como dupla, iriam
fazer o quê depois? Já fizeram
canções caipiras, pop inocente,
música romântica, show no
Maracanã... (E, sejamos francos, dupla só fica bem em música eletrônica ou em sertanejo.)
Anteontem, no último show
de Sandy, 24, e Junior, 23, como uma grife única, não tivemos pistas do que encontraremos pela frente. Foi noite para
relembrar sucessos passados.
"Vocês têm mais tempo de
carreira do que eu!" É Ivete
Sangalo, sempre perspicaz, que
participou em duas canções.
Sandy e Junior praticamente
nasceram cantando, e adquiriram belo domínio de palco.
Em quase duas horas de
show, mostram-se muito mais
soltos, mas menos exagerados,
do que em fases anteriores da
carreira. (Sandy ainda solta alguns agudos incômodos, mas
está aprendendo a ser precisa.)
E músicas que antes eram
apoiadas em teclados histriônicos, agora ganharam arranjos
mais elegantes e contidos. Um
bom exemplo é "As Quatro Estações", que no disco "Acústico" teve participação de Marcelo Camelo, do Los Hermanos.
"No outono é sempre igual/ As
folhas caem no quintal/ Só não
cai o meu amor/ Pois não tem
jeito, é imortal...".
Mas é aquela velha história
que acompanha a dupla: num
disco do Los Hermanos (ou do
Coldplay...), seria chamada de,
sei lá, "doce", "singela"; com
Sandy e Junior, é brega.
Avaliação: bom
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Show foi gravado, mas "sem planos" Índice
|