São Paulo, quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

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Retrato de SP, "O Signo da Cidade" chega à tela em 25/1

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

No próximo aniversário de São Paulo, dia 25 de janeiro, os paulistanos Carlos Alberto Riccelli e Bruna Lombardi revelam ao público seu retrato filmado da metrópole, lançando o longa "O Signo da Cidade", que tem roteiro dela e direção dele.
Já exibido e premiado em festivais, o filme acompanha histórias paralelas, alinhavadas pela voz e pelos conselhos da locutora Teca (Lombardi).
Enquanto comanda um programa noturno de rádio, que serve de refúgio para a solidão e a angústia da maioria das demais personagens, Teca atravessa um período de vácuo amoroso e de revisão da própria história familiar.
Bruna e Riccelli estenderam sua parceria criativa até à trilha sonora do filme. Foi escrita por ela e musicada por ele a canção "Sozinho na Cidade", gravada especialmente para o filme por Caetano Veloso, autor de "Sampa", uma definitiva síntese musical da cidade.
Os versos de "Sozinho na Cidade" têm um tom indagativo. "Pra onde foi tudo o que eu tinha/Pra onde você foi/E eu/ Vou pra onde?" A dúvida sobre o próprio destino é o sentimento que domina o personagem do jovem Gabriel (Kim Riccelli), no momento em que a música se associa às imagens dele.

Estréia
"O Signo da Cidade" marca a estréia no cinema do ator Kim Riccelli, filho da roteirista e do diretor. Bruna conta que escreveu o papel pensando em Kim para interpretá-lo. Ela fez o mesmo com os personagens desempenhados por Juca de Oliveira, Denise Fraga, Graziella Moretto e Luis Miranda.
Riccelli afirma que, "quando você tem o ator certo, já é meio caminho andado" e diz que, por isso, "foi muito simples" a relação com o elenco. Mas o diretor cita sua própria experiência como intérprete de personagens para ressalvar: "Ao mesmo tempo, sei que nada é simples para um ator".
Bruna diz que a "delicadeza" é a característica mais marcante de Riccelli no trato com os atores e corrobora a avaliação dele sobre a permanente complexidade do ato de interpretar. "Mesmo tendo escrito o filme, fui para o set mais perdida do que qualquer outro ator", diz.
Como roteirista, ela estava segura, desde a primeira linha do texto, de que queria abordar temas como "a invisibilidade" e tratar "dos heróis anônimos, aqueles que seguram a barra, mas são esquecidos na estrutura social, sendo que, sem eles, a estrutura arrebenta".
O ímpeto de falar desse tema está relacionado à constatação de Bruna de que "os valores humanistas viraram um luxo que se perdeu e estamos massacrados por valores que não são exatamente os nossos".
A acolhida que "O Signo das Cidades" teve em festivais fez diretor e roteirista sentirem-se "recompensados por acreditar na inteligência do público".


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