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Retrato de SP, "O Signo da Cidade" chega à tela em 25/1
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
No próximo aniversário de
São Paulo, dia 25 de janeiro, os
paulistanos Carlos Alberto Riccelli e Bruna Lombardi revelam
ao público seu retrato filmado
da metrópole, lançando o longa
"O Signo da Cidade", que tem
roteiro dela e direção dele.
Já exibido e premiado em
festivais, o filme acompanha
histórias paralelas, alinhavadas
pela voz e pelos conselhos da
locutora Teca (Lombardi).
Enquanto comanda um programa noturno de rádio, que
serve de refúgio para a solidão e
a angústia da maioria das demais personagens, Teca atravessa um período de vácuo
amoroso e de revisão da própria história familiar.
Bruna e Riccelli estenderam
sua parceria criativa até à trilha
sonora do filme. Foi escrita por
ela e musicada por ele a canção
"Sozinho na Cidade", gravada
especialmente para o filme por
Caetano Veloso, autor de
"Sampa", uma definitiva síntese musical da cidade.
Os versos de "Sozinho na Cidade" têm um tom indagativo.
"Pra onde foi tudo o que eu tinha/Pra onde você foi/E eu/
Vou pra onde?" A dúvida sobre
o próprio destino é o sentimento que domina o personagem
do jovem Gabriel (Kim Riccelli), no momento em que a música se associa às imagens dele.
Estréia
"O Signo da Cidade" marca a
estréia no cinema do ator Kim
Riccelli, filho da roteirista e do
diretor. Bruna conta que escreveu o papel pensando em Kim
para interpretá-lo. Ela fez o
mesmo com os personagens
desempenhados por Juca de
Oliveira, Denise Fraga, Graziella Moretto e Luis Miranda.
Riccelli afirma que, "quando
você tem o ator certo, já é meio
caminho andado" e diz que, por
isso, "foi muito simples" a relação com o elenco. Mas o diretor
cita sua própria experiência como intérprete de personagens
para ressalvar: "Ao mesmo
tempo, sei que nada é simples
para um ator".
Bruna diz que a "delicadeza"
é a característica mais marcante de Riccelli no trato com os
atores e corrobora a avaliação
dele sobre a permanente complexidade do ato de interpretar.
"Mesmo tendo escrito o filme,
fui para o set mais perdida do
que qualquer outro ator", diz.
Como roteirista, ela estava
segura, desde a primeira linha
do texto, de que queria abordar
temas como "a invisibilidade" e
tratar "dos heróis anônimos,
aqueles que seguram a barra,
mas são esquecidos na estrutura social, sendo que, sem eles, a
estrutura arrebenta".
O ímpeto de falar desse tema
está relacionado à constatação
de Bruna de que "os valores humanistas viraram um luxo que
se perdeu e estamos massacrados por valores que não são
exatamente os nossos".
A acolhida que "O Signo das
Cidades" teve em festivais fez
diretor e roteirista sentirem-se
"recompensados por acreditar
na inteligência do público".
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