São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 2008

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Música

Documentário traz Tom Zé genial e feroz

DA SUCURSAL DO RIO

Pode ser ainda mais curioso assistir agora ao bom documentário "Fabricando Tom Zé", lançado em 2007.
No mês passado, reabrindo uma ferida que parecia fechada, o protagonista do filme de Décio Mattos Jr. mandou Caetano Veloso às favas (em outros termos) e esbanjou mágoa: "Não posso aceitar agora o seu colo e do grupo baiano, que durante todos esses anos me separaram até do que era meu, enquanto gozavam todo o prestígio e privilégios, talvez como ninguém mais neste país analfabeto".
No filme, que chega hoje à TV, Caetano faz um mea-culpa: "Quase o [Tom Zé] deixamos ser esquecido, em muito pouca medida pelas carências dele, incapacidades ou incompetências, e muito mais pela singularidade de sua genialidade".
É difícil saber se há motivos para Caetano e Gilberto Gil- que também depõe no documentário- ficarem razoavelmente culpados ou Tom Zé ficar tão intensamente magoado. Mas as duas frases citadas refletem características do baiano que são fartas no filme.
De um lado, a "singularidade de sua genialidade", seu experimentalismo constante, seu desapego a rótulos e confortos. Do outro, sua pesada passionalidade, que o leva a atacar com ferocidade um técnico de som do Festival de Montreux.
O filma louva Tom Zé sem poupá-lo de constrangimentos. Melhor para quem vê.
(LUIZ FERNANDO VIANNA)


FABRICANDO TOM ZÉ

Quando: hoje, às 20h30 Onde: SescTV Classificação: não indicado a menores de 12 anos



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