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Música
Documentário traz Tom Zé genial e feroz
DA SUCURSAL DO RIO
Pode ser ainda mais curioso
assistir agora ao bom documentário "Fabricando Tom
Zé", lançado em 2007.
No mês passado, reabrindo
uma ferida que parecia fechada,
o protagonista do filme de Décio Mattos Jr. mandou Caetano
Veloso às favas (em outros termos) e esbanjou mágoa: "Não
posso aceitar agora o seu colo e
do grupo baiano, que durante
todos esses anos me separaram
até do que era meu, enquanto
gozavam todo o prestígio e privilégios, talvez como ninguém
mais neste país analfabeto".
No filme, que chega hoje à
TV, Caetano faz um mea-culpa:
"Quase o [Tom Zé] deixamos
ser esquecido, em muito pouca
medida pelas carências dele, incapacidades ou incompetências, e muito mais pela singularidade de sua genialidade".
É difícil saber se há motivos
para Caetano e Gilberto Gil-
que também depõe no documentário- ficarem razoavelmente culpados ou Tom Zé ficar tão intensamente magoado.
Mas as duas frases citadas refletem características do baiano que são fartas no filme.
De um lado, a "singularidade
de sua genialidade", seu experimentalismo constante, seu desapego a rótulos e confortos.
Do outro, sua pesada passionalidade, que o leva a atacar com
ferocidade um técnico de som
do Festival de Montreux.
O filma louva Tom Zé sem
poupá-lo de constrangimentos.
Melhor para quem vê.
(LUIZ FERNANDO VIANNA)
FABRICANDO TOM ZÉ
Quando: hoje, às 20h30
Onde: SescTV
Classificação: não indicado a menores
de 12 anos
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