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Comentário/DVD
"National Kid" é obra-prima para alguns e lixo para outros
Série com quatro DVDs foi remasterizada, com trilha sonora totalmente refeita
ROBERTO HIRAO
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO ADJUNTO DO
"AGORA"
"National Kid" é um herói de
muito fôlego. Nasceu de um
mangá no Japão dos anos 50,
que ainda vivia o trauma das
explosões nucleares, e virou série de TV. O herói chegou ao
Brasil em 1964. Em 1967, os 39
episódios da série foram destruídos num incêndio na TV
Record de São Paulo.
A série completa ressurgiu
em 1993, em fitas VHS. Quando
se imaginava que havia acabado, eis que surge uma versão remasterizada em DVDs. O destaque, agora, é a trilha sonora,
refeita graças a uma cópia encontrada com um colecionador
do Espírito Santo. Mas nenhuma remasterização consegue
disfarçar: trata-se de um produto de baixa qualidade, de
uma pobreza constrangedora.
A série é pobre de ideias, de
concepção e de realização.
Há duas formas de se assistir
às aventuras de "National Kid":
com o coração e com a razão.
Para os integrantes do primeiro grupo, a série é uma pequena
obra-prima que emociona até
hoje. Já para o segundo grupo,
de pessoas comuns, "National
Kid" é um lixo. O personagem é
uma assumida imitação de Super-Homem, e as histórias são
bobas, de uma absoluta indigência mental. Além disso, a série tinha o rabo preso com as
indústrias National, na época
uma especialista na "bricação"
de pilhas e radinhos portáteis
que se transformou na poderosa Panasonic. Não por acaso, a
engenhoca que os garotos que
ajudam National Kid usam ostenta a marca National.
O culto a séries de TV não é
novo. "Além da Imaginação",
de Rod Serling, destacou-se pela criatividade, e, apesar de ter
baixo orçamento, merece o culto. "National Kid" é demais.
NATIONAL KID
Distribuidora: Focus
Quanto: R$ 80 (box com 4 DVDs) ou R$
20 (cada disco)
Classificação: livre
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