São Paulo, domingo, 20 de dezembro de 2009

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Comentário/DVD

"National Kid" é obra-prima para alguns e lixo para outros

Série com quatro DVDs foi remasterizada, com trilha sonora totalmente refeita

ROBERTO HIRAO
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO ADJUNTO DO "AGORA"

"National Kid" é um herói de muito fôlego. Nasceu de um mangá no Japão dos anos 50, que ainda vivia o trauma das explosões nucleares, e virou série de TV. O herói chegou ao Brasil em 1964. Em 1967, os 39 episódios da série foram destruídos num incêndio na TV Record de São Paulo.
A série completa ressurgiu em 1993, em fitas VHS. Quando se imaginava que havia acabado, eis que surge uma versão remasterizada em DVDs. O destaque, agora, é a trilha sonora, refeita graças a uma cópia encontrada com um colecionador do Espírito Santo. Mas nenhuma remasterização consegue disfarçar: trata-se de um produto de baixa qualidade, de uma pobreza constrangedora.
A série é pobre de ideias, de concepção e de realização.
Há duas formas de se assistir às aventuras de "National Kid": com o coração e com a razão.
Para os integrantes do primeiro grupo, a série é uma pequena obra-prima que emociona até hoje. Já para o segundo grupo, de pessoas comuns, "National Kid" é um lixo. O personagem é uma assumida imitação de Super-Homem, e as histórias são bobas, de uma absoluta indigência mental. Além disso, a série tinha o rabo preso com as indústrias National, na época uma especialista na "bricação" de pilhas e radinhos portáteis que se transformou na poderosa Panasonic. Não por acaso, a engenhoca que os garotos que ajudam National Kid usam ostenta a marca National.
O culto a séries de TV não é novo. "Além da Imaginação", de Rod Serling, destacou-se pela criatividade, e, apesar de ter baixo orçamento, merece o culto. "National Kid" é demais.


NATIONAL KID
Distribuidora: Focus
Quanto: R$ 80 (box com 4 DVDs) ou R$ 20 (cada disco)
Classificação: livre



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