São Paulo, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MÚSICA

Alanis nada com botos e visita índios antes do 1º show

Cantora canadense começa hoje, em Manaus, turnê por 11 cidades brasileiras, sobre as quais diz não saber quase nada

Apresentações terão "todos os sucessos" da carreira de Alanis, 34, que deve lançar neste ano autobiografia em que conta que sofreu abuso

Mihai Barbu-4.jul.08/Reuters
A cantora e compositora na turnê de 'Flavors of Entanglement' em Bucareste, no ano passado


CRISTINA FIBE
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem se lembrar muito bem do Brasil, onde já se apresentou três vezes, sem vacina contra febre amarela e sem saber que passaria perto da floresta amazônica, a canadense Alanis Morissette, 34, preparou uma turnê por 11 cidades brasileiras, que começa hoje, em Manaus.
"Eu basicamente disse aos meus produtores: "Quero ir à América do Sul, organizem uma viagem que faça valer a pena ir até lá embaixo e cantar para as pessoas". E eles voltaram com essa lista de cidades", conta Alanis, por telefone, à Folha, antes de vir ao país.
Já que planejaram passar por perto da floresta, o que a cantora achou "cool", ela resolveu aproveitar -chegou ao Brasil no domingo, com seus dois cachorros chihuahua, e, anteontem, aproveitou para nadar com botos no rio Negro, alimentar macacos e cantar para uma tribo de índios, segundo a assessoria da turnê.
Disposta a "descobrir" mais sobre cada cidade in loco, a cantora passará ainda por Brasília, Fortaleza, Teresina, Recife, Salvador, São Paulo, Rio, BH, Florianópolis e Porto Alegre (veja mais abaixo).

"Todos os sucessos"
E o que o público pode esperar de diferente em relação ao show de 2003, o mais recente da cantora por aqui? "Muito mais músicas", diz ela. "O show passa por 20 anos de música", diz a cantora que começou na adolescência. "Vamos tocar todos os antigos sucessos."
Em detalhes: ela promete tocar cerca de cinco músicas do novo álbum, "Flavors of Entanglement", motivo da turnê, mas que ficará apenas com 25% do show; outros 25% de músicas inéditas, que ainda não gravou; e 50% de antigos hits, como "You Oughta Know", "Hand in My Pocket", "Ironic", "Thank U", "e muitas outras". "Com um pouco de acústico" também.
A decisão é a mais segura que Alanis poderia tomar: foram os antigos sucessos, concentrados principalmente no CD "Jagged Little Pill", de 1995, que conquistaram os seus fãs brasileiros e mundiais.
Não por acaso, o álbum, que vendeu mais de 30 milhões de cópias pelo mundo e rendeu a ela quatro Grammys, chegou a ganhar versão acústica dez anos após o seu lançamento.
E, apesar de afirmar ter "mais uns dois discos prontos" para serem gravados, Alanis deve demorar um pouco para lançar outro CD inédito -após esta turnê, a compositora diz querer voltar a investir no seu lado atriz (já fez participações em séries como "Sex and the City" e o célebre papel de Deus em "Dogma", de Kevin Smith) e publicar sua autobiografia, que já está escrita.

Abuso, drogas e magreza
"Preciso parar de fazer turnês e gravar por cinco minutos para poder me concentrar no livro. Mas está pronto, 2009 é o ano do livro." Alanis, que sempre marcou suas músicas com autorreferências, irá expor ainda mais detalhes sobre seu passado em sua biografia.
De acordo com a cantora, ela contará na obra que já foi abusada sexualmente, sofreu de bulimia e anorexia e teve experiências com drogas. "Ainda jovem, sim. Escrevi muito sobre isso no livro. E foquei em me curar e crescer, cuidar muito de mim mesma."
Alanis diz que divide suas experiências com o mundo para fazer um "serviço". "Sempre que me concentro em mim mesma, tudo o que faço tem que ter algum objetivo, fazer algum serviço para ser valioso. Se escrevo sobre minha própria clareza, descoberta ou cura, ofereço isso para outras pessoas. Nunca é só sobre minha jornada, é também sobre oferecer minhas descobertas a outras pessoas."


Texto Anterior: Mônica Bergamo
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.