São Paulo, sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

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CRÍTICA ANIMAÇÃO

"Brasil Animado", primeiro 3D nacional, é comercial malfeito

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
EDITOR DE FOTOGRAFIA

"Brasil Animado", que estreia hoje, carrega o ineditismo de ser "o primeiro filme brasileiro em 3D". É um grande trunfo de marketing e certamente vai colaborar para atrair público. Pobre público.
O desenho -que também tem a distinção de ser um dos raros longas de animação nacional a chegar aos cinemas- é um equívoco total.
O filme já começa se defendendo, avisando ao espectador que caiu no conto do 3D que ele não verá um "Avatar". É claro que ninguém em sã consciência esperaria esse nível de sofisticação.
Mas "Brasil Animado" é de uma pobreza vergonhosa mesmo quando comparado com o atual nível da animação brasileira.
Há um fiapo de roteiro -dois personagens mal desenhados e mal resolvidos, Stress e Relax, rodam pontos turísticos brasileiros em busca da árvore mais antiga do país- e uma mistura de animação com imagens reais filmadas com câmeras 3D. As cenas em lugares famosos de Rio, Salvador etc. fazem com que o filme pareça um comercial da Embratur feito para crianças. Mas, se fosse realmente um comercial, feito por uma agência de publicidade profissional, seria infinitamente melhor. Há estereótipos suficientes para irritar paulistas, cariocas, baianos etc., usados na tentativa de fazer humor.
A parte 3D parece ter sido feita por calouros de cinema -as tentativas de explorar a sensação tridimensional, como em um jogo de capoeira em que os capoeiristas ficam dando golpes na direção da câmera, são risíveis.
"Brasil Animado" é o tipo de obra que depõe contra o cinema nacional. Melhor esquecer que essa bomba existe e celebrar como "primeiro filme brasileiro em 3D" uma próxima produção tridimensional que seja minimamente competente.

BRASIL ANIMADO

DIREÇÃO Mariana Caltabiano
PRODUÇÃO Brasil, 2010
ONDE nos cines Anália Franco, Cidade Jardim, Villa-Lobos e circuito
CLASSIFICAÇÃO livre
AVALIAÇÃO ruim


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