São Paulo, terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

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CRÍTICA

Show pela TV exagera no brega

LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Se os fãs que não conseguiram comprar ingresso para o U2 já estavam revoltados, a transmissão do show pela Globo não melhorou a situação. O espetáculo esteve longe de ser exibido ao vivo.
Para não sacrificar o "Big Brother Brasil", a emissora iniciou a transmissão com meia hora de atraso. Além disso, a direção de Roberto Talma conseguiu dar ao show um ar de "Domingão do Faustão" ao inserir na tela legenda das músicas. Por melhor compositor que Bono possa ser, as letrinhas de tradução deixam tudo brega, como "Eu ainda não encontrei o que estou procurando" ("I Still Haven't Found what I'm Looking for"). Veterano diretor global que já passou por Faustão e Xuxa, entre outros, Talma não resiste: várias tomadas do público em câmera lenta, rostos emocionados, close da mão de Bono.
Simpático para uns, midiático para outros, o vocalista cumpre com a sua parte. Mira a câmera aos seus pés, faz caras e bocas, arranca o casaco, abre a blusa e mostra os pêlos brancos do peito.
O helicóptero não teve o mesmo efeito dos Stones. Copacabana estava iluminada, o Morumbi visto de cima era um breu. Também teve falhas técnicas, imagens de fios perdidos. Sorte de quem passou o dia na fila do Pão de Açúcar ou pendurado no telefone para ver o show de hoje. Azar de nós, telespectadores.


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