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CRÍTICA
Show pela TV exagera no brega
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Se os fãs que não conseguiram
comprar ingresso para o U2 já estavam revoltados, a transmissão
do show pela Globo não melhorou a situação. O espetáculo esteve longe de ser exibido ao vivo.
Para não sacrificar o "Big Brother Brasil", a emissora iniciou a
transmissão com meia hora de
atraso. Além disso, a direção de
Roberto Talma conseguiu dar ao
show um ar de "Domingão do
Faustão" ao inserir na tela legenda
das músicas. Por melhor compositor que Bono possa ser, as letrinhas de tradução deixam tudo
brega, como "Eu ainda não encontrei o que estou procurando"
("I Still Haven't Found what I'm
Looking for"). Veterano diretor
global que já passou por Faustão e
Xuxa, entre outros, Talma não resiste: várias tomadas do público
em câmera lenta, rostos emocionados, close da mão de Bono.
Simpático para uns, midiático
para outros, o vocalista cumpre
com a sua parte. Mira a câmera
aos seus pés, faz caras e bocas, arranca o casaco, abre a blusa e
mostra os pêlos brancos do peito.
O helicóptero não teve o mesmo
efeito dos Stones. Copacabana estava iluminada, o Morumbi visto
de cima era um breu. Também teve falhas técnicas, imagens de fios
perdidos. Sorte de quem passou o
dia na fila do Pão de Açúcar ou
pendurado no telefone para ver o
show de hoje. Azar de nós, telespectadores.
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