São Paulo, quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

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Mônica Bergamo

@ - bergamo@folhap.com.br

Julia Moraes/Folha Imagem
Deborah Secco faz pose para os fotógrafos enquanto a mãe, Silvia, e a avó, Lalinha Fialho, tomam sorvete (sentadas)


Que Cicarelli, que nada. É o ex-senador Roberto Freire (PPS-PE) quem rouba a cena no segundo dia de camarote da Brahma, no sambódromo carioca. Copo de chope à mão, ele se recusa a usar a camiseta vermelha da marca, exigida para entrar no espaço -até Schwarzenegger já foi barrado por não usar a blusa. "Político filho da p...! Político filho da p...!", grita um empresário gaúcho. Freire, camisa azul desabotoada e encharcada de suor, não responde. O homem continua: "Comunista tem que ficar igual a todo mundo!". O clima esquenta: o rapper Falcão leva o empresário para um lado; a mulher de Freire, Marisa, puxa o marido para o outro. Mas, no meio do caminho, tinha uma poça. Freire escorrega e cai de bunda no chão.
 

"Tive um azar tremendo. Caí sozinho", diz ele, rindo . "E tudo por causa dessa camiseta [da Brahma] que eu não quis usar. O rapaz ficou nervoso, me xingou de "comunista" e aí a coisa começou a engrossar." E continua: "Eu não ia usar duas camisas com esse calor que está lá fora. Além do mais, eu não sou garoto-propaganda de nenhuma marca". Mas aceitou ir ao camarote da Brahma... "Ah, ninguém me disse que eu era obrigado a usar a camiseta. Eu visto a camisa que eu quiser." Minutos depois, ele desaparece do camarote.
 

Do outro lado da pista, outro tombo memorável: João Pedro, 18, filho do governador do RJ, Sérgio Cabral, chega ao fim da avenida montado num cavalo de mentirinha de uma escola de samba. Papai chega para cumprimentá-lo e tchumba! Lá vai o garoto para o chão.
 

Luciana Gimenez passa de biquíni e chapéu de rabo de raposa, azul e branco, pelo corredor que fica atrás dos camarotes, rumo à concentração da Imperatriz -ela é a madrinha da bateria da escola. Homens, e também mulheres, torcem o pescoço para vê-la passar. Aqui e ali, algum elogio mais ousado, assobios. "Zero, zero, zero", diz o marido, Marcelo de Carvalho, da RedeTV!, que segue atrás, sobre o ciúmes. "Mulher bonita todo mundo tem que olhar mesmo. E ela tem mais ciúmes do que eu. Sem razão: depois de três casamentos, três advogados de família, tô quietinho."
 

Carvalho diz que, no sambódromo com Luciana, se sente "que nem mãe de miss. Só que não dou "piti", não sou chato. Mas fico aqui, dou aguinha de coco, cuido dela". Fala sobre o plano de ter filhos. "No esforço conjunto, já temos quatro, três meus e um dela, o Lucas. E agora um gato, o Snowy, que a Luciana comprou nos EUA. Bonito, branco, lindo. Ele me acorda todos os dias. Às 5h da manhã, o gato pula na cama e me acorda, ronronando. É educadíssimo."
 

Caco Ciocler dança, canta e é cantado no camarote da Nova Schin. No dia anterior, ele conheceu melhor, digamos assim, a paulista Isabela Teixeira, "17 anos trabalhando como modelo e há três fazendo teatro". Uma repórter observa que "ele [Caco] é uma potência na novela", já que tem uma mulher e uma amante. Ela estala os dedos: "Ah, meu bem, eu sou muito mais potente do que ele. Estou no mercado há mais tempo!". Êpa, Caco está dançando com outra. "Aquela? É a minha melhor amiga", desdenha a loira.
 

"A-do-ro a escola!" É Deborah Secco, que, acompanhada da mãe, Silvia Secco, e da avó, Lalinha Fialho, circula no camarote da Grande Rio. A atriz, que contratou um empresário para um "up-grade de imagem" no ano passado, pára e posa para uma, duas, três... mais de dez fotos com fãs.
 

FOLHA - Você não devia evitar multidões?
DEBORAH SECCO
- Como assim?

FOLHA - Por causa do up-grade de imagem...
DEBORAH
- Pois é... A gente tem que pagar o preço às vezes, menina. Eu não ia ficar em casa, trancada, vendo tudo pela TV com minha mãe e minha vó no sofá, né?

 

Luiza Brunet, aposentada como madrinha de bateria, diz: "Olha, eu acho que jovem ou velha tem espaço na avenida. É só que eu, a Luma [de Oliveira] e a Suzana [Vieira, ambas ex-madrinhas de bateria, como Brunet] sabemos conduzir esses espetáculos. "Tô" a fim de voltar. Já recebi propostas de umas escolas. Quero levar a Yasmin [sua filha] comigo. Mas estou estudando ainda."
 

Confusão na porta do camarote da Grande Rio: os seguranças barram amigos de Ana Maria Braga. "Gente, pelo amor de Deus, libera o pessoal", pede a promoter Alicinha Cavalcanti na entrada. E nada. A turma só entra meia hora depois, com autorização da outra promoter do camarote, Liège Monteiro.
 

"Ô, Grazi, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver! Ô Grazi...". Uma multidão se aglomera na porta do camarote da Grande Rio para ver a ex-BBB Grazi Massafera, hoje atriz global e nova madrinha da bateria, passar em direção à concentração da escola. Lá vem ela! "Uuuuh". Decepção. É "só" a Ana Maria Braga. "Uuuuh!". É "só" José Wilker. "Uuuuuh". É "só" Marília Gabriela. Os três, e vários outros artistas que vão desfilar na Grande Rio, passam pelo corredor polonês de quase quarenta seguranças a postos para proteger "a Grazi". E lá vem o Zeca Pagodinho. Ainda não é "a Grazi", mas recebe aplausos. Grazi passa. Mal consegue ser vista, encoberta que está por um enxame de fotógrafos. Alan Passos, ex-BBB e "o namorado da Grazi", diz que "não tem nada melhor para o ego" do que namorar a mulher mais linda do Brasil "no momento".
 

A Grande Rio vai passar. Suzana Vieira, fora do desfile depois de se desentender com o presidente da escola, Jayder Soares, se posiciona no chiqueirinho. "Como diria o Roberto Carlos, são tantas emoções. Mas, ano que vem, "tô" de volta. Eu, a Luma [de Oliveira] e a Luiza [Brunet]. As véias tão com tudo, minha filha!", diz ela que, durante o desfile, desanda a chorar. "Eu freqüento aquilo lá há 12 anos. [soluços] "Peraí", gente. [enxuga as lágrimas] Eu vi gente no desfile que eu só conheço da TV, que nunca pisou em Caxias. É tudo tão absurdo... [mais soluços] Conheço cada neguinho dessa comunidade. Eu não saí na escola, mas a escola saiu comigo." O marido, Marcelo Silva, abraça a atriz, que diz: "Eu não saio dessa vida sem troco. Obrigada, Jayder, por me fazer chorar."


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