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São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 2003

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DISCOS/LANÇAMENTOS

MÚSICA

Cantora inglesa, que esteve no Brasil em 91 e 97, passa a carreira a limpo

Lisa Stansfield embarca no revival musical dos anos 90

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO

Houve uma década em que o Guns N" Roses era a banda mais falada do planeta, o Information Society representava o auge da modernidade e os descolados começavam a tatear no território clubber ainda desconhecido. Sim, os anos 90 já são motivo de revival, e não apenas na política, vide EUA e Saddam Hussein.
Na esteira, retornam nomes que despontaram no período, como a cantora inglesa Lisa Stansfield. Com um hit nas mãos -"All Around the World"-, ela anunciava o que poderiam ser os conceitos de elegância na década que se iniciava, como se fosse uma espécie de ponte com os anos 80. No Brasil, poucas notícias da inglesa chegaram desde então.
"Hoje estou mais tranquila do que há 12 anos. Mais de uma década de experiências me fez entender melhor minha vida", diz a cantora, que revê toda a sua carreira em "Biography", coleção de seus maiores sucessos.
Distante dos tempos em que cultuava um visual de garota sensual, ela está mais magra devido à uma rara doença -uma espécie de úlcera na boca- e investe na imagem de mulher madura.
Por aqui, o sucesso em 1990 foi tão grande que, no ano seguinte, ela tocaria na segunda edição do Rock in Rio, na mesma noite de George Michael e Deee-Lite. Com sucesso mais restrito à Inglaterra e cinco discos originais lançados, a cantora já vendeu cerca de 13 milhões de cópias.
"Cheguei à conclusão que minha primeira passagem pelo Brasil [ela tocaria novamente em 1997" foi meu ponto alto. Passei por uma experiência fenomenal, era um público em torno de 150 mil pessoas", diz. No entanto, tal passagem marcante não consta em seu CD e DVD-retrospectiva.
Em "Affection", seu primeiro disco, Lisa foi celebrada por redescobrir a soul em um momento que prenunciava a chegada maciça da dance music. Em meio aos "poperôs" de qualidade duvidosa, ela procurava entonações vocais à Aretha Franklin. "Minha primeira influência foi a black music. Quando eu era criança, minha mãe ficava ouvindo Marvin Gaye e coisas da Motown", conta.
Surgiu daí o rótulo que a segue: mulher branca com voz negra. "Acho que a música negra é mais livre, menos reprimida."
"Biography" permite acompanhar uma leve mudança de rumos. "Descoberta" pelos produtores e DJs Coldcut, ligados ao universo da acid house, em "People Hold On", ela foi cada vez mais caminhando para a música romântica, aquela que serve de trilha para bar de happy hour.
No entanto, ela reivindica seu lugar na música atual. "Apenas 5% dos artistas do momento são realmente bons. É como procurar restaurantes: você dificilmente acha um lugar com qualidade."


BIOGRAPHY. Artista: Lisa Stansfield. Lançamento: BMG. Quanto: R$ 29,50 (CD); R$ 49 (DVD), em média.


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