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DISCOS/LANÇAMENTOS
MÚSICA
Cantora inglesa, que esteve no Brasil em 91 e 97, passa a carreira a limpo
Lisa Stansfield embarca no revival musical dos anos 90
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
Houve uma década em que o
Guns N" Roses era a banda mais
falada do planeta, o Information
Society representava o auge da
modernidade e os descolados começavam a tatear no território
clubber ainda desconhecido. Sim,
os anos 90 já são motivo de revival, e não apenas na política, vide
EUA e Saddam Hussein.
Na esteira, retornam nomes que
despontaram no período, como a
cantora inglesa Lisa Stansfield.
Com um hit nas mãos -"All
Around the World"-, ela anunciava o que poderiam ser os conceitos de elegância na década que
se iniciava, como se fosse uma espécie de ponte com os anos 80. No
Brasil, poucas notícias da inglesa
chegaram desde então.
"Hoje estou mais tranquila do
que há 12 anos. Mais de uma década de experiências me fez entender melhor minha vida", diz a
cantora, que revê toda a sua carreira em "Biography", coleção de
seus maiores sucessos.
Distante dos tempos em que
cultuava um visual de garota sensual, ela está mais magra devido à
uma rara doença -uma espécie
de úlcera na boca- e investe na
imagem de mulher madura.
Por aqui, o sucesso em 1990 foi
tão grande que, no ano seguinte,
ela tocaria na segunda edição do
Rock in Rio, na mesma noite de
George Michael e Deee-Lite. Com
sucesso mais restrito à Inglaterra
e cinco discos originais lançados,
a cantora já vendeu cerca de 13
milhões de cópias.
"Cheguei à conclusão que minha primeira passagem pelo Brasil [ela tocaria novamente em
1997" foi meu ponto alto. Passei
por uma experiência fenomenal,
era um público em torno de 150
mil pessoas", diz. No entanto, tal
passagem marcante não consta
em seu CD e DVD-retrospectiva.
Em "Affection", seu primeiro
disco, Lisa foi celebrada por redescobrir a soul em um momento
que prenunciava a chegada maciça da dance music. Em meio aos
"poperôs" de qualidade duvidosa,
ela procurava entonações vocais à
Aretha Franklin. "Minha primeira influência foi a black music.
Quando eu era criança, minha
mãe ficava ouvindo Marvin Gaye
e coisas da Motown", conta.
Surgiu daí o rótulo que a segue:
mulher branca com voz negra.
"Acho que a música negra é mais
livre, menos reprimida."
"Biography" permite acompanhar uma leve mudança de rumos. "Descoberta" pelos produtores e DJs Coldcut, ligados ao
universo da acid house, em "People Hold On", ela foi cada vez
mais caminhando para a música
romântica, aquela que serve de
trilha para bar de happy hour.
No entanto, ela reivindica seu
lugar na música atual. "Apenas
5% dos artistas do momento são
realmente bons. É como procurar
restaurantes: você dificilmente
acha um lugar com qualidade."
BIOGRAPHY. Artista: Lisa Stansfield.
Lançamento: BMG. Quanto: R$ 29,50
(CD); R$ 49 (DVD), em média.
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