São Paulo, quarta-feira, 21 de março de 2007

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"O Contêiner" trata da exclusão no mundo atual

DA REPORTAGEM LOCAL

Na mesma mostra oficial do Festival de Curitiba (21 espetáculos), "O Contêiner", com A Outra Companhia de Teatro, de Salvador, também toca em questões de cultura e identidade. Apresentada de 29 a 31/3, no espaço Barracão, a montagem trata de temas como migração ilegal, África contemporânea e busca por sonhos.
É uma livre adaptação de "O Contentor", texto curto do angolano José Mena Abrantes, do início dos anos 90, sobre episódio real ocorrido no porto de Lisboa: três clandestinos se arriscam a chegar à Europa escondidos no porão de um navio.
A história é entrecortada pela dramaturgia de Fábio Espírito Santo, que partiu de improvisações dos nove atores. No cartaz da estréia, em setembro, lia-se sob o título "O Contêiner" o enunciado: "Ou você tem, ou não tem", síntese de um jogo de idéias que equivale a "ser ou ter" na contemporaneidade.
"O espetáculo fala de quem está fora e quer entrar. O professor Valdemir Zamparoni, nosso "orientador", disse que a globalização é o livre trânsito apenas de mercadorias e de comunicação, não de pessoas. Para poder circular pelo mundo, é preciso ser ou ter", diz o diretor Vinicio de Oliveira Oliveira, 26.
O cenário (por Lorena Torres Peixoto) alça um contêiner marítimo à condição de protagonista. A caixa pesada, aço maciço, está suspensa; balança feito navio em meio à tempestade. É o terceiro espetáculo d'A Outra (2004), um dos grupos residentes do Teatro Vila Velha. Seus integrantes se preocupam em não transportar a tradição popular para o palco de modo a copiá-la. O objetivo é não folclorizar.


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