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"O Contêiner" trata da exclusão no mundo atual
DA REPORTAGEM LOCAL
Na mesma mostra oficial
do Festival de Curitiba (21
espetáculos), "O Contêiner",
com A Outra Companhia de
Teatro, de Salvador, também
toca em questões de cultura
e identidade. Apresentada de
29 a 31/3, no espaço Barracão, a montagem trata de temas como migração ilegal,
África contemporânea e busca por sonhos.
É uma livre adaptação de
"O Contentor", texto curto
do angolano José Mena
Abrantes, do início dos anos
90, sobre episódio real ocorrido no porto de Lisboa: três
clandestinos se arriscam a
chegar à Europa escondidos
no porão de um navio.
A história é entrecortada
pela dramaturgia de Fábio
Espírito Santo, que partiu de
improvisações dos nove atores. No cartaz da estréia, em
setembro, lia-se sob o título
"O Contêiner" o enunciado:
"Ou você tem, ou não tem",
síntese de um jogo de idéias
que equivale a "ser ou ter" na
contemporaneidade.
"O espetáculo fala de quem
está fora e quer entrar. O
professor Valdemir Zamparoni, nosso "orientador", disse que a globalização é o livre
trânsito apenas de mercadorias e de comunicação, não
de pessoas. Para poder circular pelo mundo, é preciso ser
ou ter", diz o diretor Vinicio
de Oliveira Oliveira, 26.
O cenário (por Lorena
Torres Peixoto) alça um contêiner marítimo à condição
de protagonista. A caixa pesada, aço maciço, está suspensa; balança feito navio
em meio à tempestade. É o
terceiro espetáculo d'A Outra (2004), um dos grupos residentes do Teatro Vila Velha. Seus integrantes se preocupam em não transportar a
tradição popular para o palco
de modo a copiá-la. O objetivo é não folclorizar.
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