São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 2011

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Moura filma em julho história de aliens

Diretor de "Distrito 9", produção indicada ao Oscar em 2010, convidou ator depois de vê-lo em "Tropa de Elite"

Matt Damon e Jodie Foster também estão no elenco de "Elysium", que tem previsão de estreia para 2013

DA ENVIADA AO RIO

Ao conhecer o capitão Nascimento de Wagner Moura, o diretor Neill Blomkamp, nascido na África do Sul e radicado no Canadá, encontrou o seu vilão ideal.
Depois de ver o filme dirigido por José Padilha, o cineasta chamou o ator brasileiro para estrelar, ao lado de Matt Damon e Jodie Foster, a superprodução "Elysium".
O filme, que deve ser lançado só em 2013, conta a história de aliens que chegam à Terra e entram numa batalha pelo direito de aqui viver.
Moura, que já foi professor de inglês, não deve enfrentar maiores dificuldades com o idioma. Procura tratar com naturalidade o convite.
De alarde, basta o que os outros fazem. "É... todo mundo fica curioso. Mas eu nem posso falar sobre o filme. Isso está em contrato", diz, com certo alívio, quando a entrevista envereda para o tema.(ANA PAULA SOUSA)

 

Folha - Como chegou o convite?
Wagner Moura
- O diretor me viu no "Tropa 2" e adorou. Eu já tinha sido sondado para fazer filme em Hollywood, mas não queria fazer qualquer coisa só pra dizer que filmei lá. Até porque eu não tenho vontade de morar ou fazer carreira lá.

Por quê?
Porque não quero ficar disputando espaço com atores do mundo todo. Além disso, sou brasileiro, meu entendimento das coisas é daqui.

O que te animou nesse projeto? Você gostou do vilão?
Não posso falar porque tenho contrato de sigilo. Mas é um roteiro muito bom. O outro filme desse diretor, o "Distrito 9", tem uma semelhança com o "Tropa". É um filme ao mesmo tempo político e pop. É sobre uns aliens que chegam numa cidade e são isolados pelos humanos.

Quando você começa a filmar?
Em julho. Antes, rodo "A Cadeira do Pai" [primeiro longa do diretor Luciano Moura, com Lima Duarte e Fernanda Torres].

Qual é, a seu ver, a imagem do cinema brasileiro no exterior? Neste ano, você foi para os festivais de Sundance e Berlim.
Acho que a gente tem dificuldades de mercado, mas, quando chega, é bem visto. Os jornalistas de cinema, por exemplo, têm uma familiaridade com os filmes brasileiros que vão para os festivais. Em Sundance, um cara me disse que, depois do primeiro "Tropa", foi buscar outros filmes meus e viu "Cidade Baixa". E o pessoal conhece o Fernando [Meirelles], o Walter [Salles], o Andrucha [Waddington].

As perguntas que te fazem lá fora e aqui são diferentes, imagino.
Fora do Brasil, no caso do "Tropa", a gente acaba falando mais de segurança pública do que de cinema.

E depois de Hollywood, qual sua vontade? Dirigir um longa?
Eu dirigi o clipe da Vanessa [da Mata], e foi demais. Juntei umas pessoas incríveis, como o [estilista] Ronaldo Fraga, a [bailarina] Marilena Ansaldi, e deixei que elas fossem livres para criar, queria que trabalhassem felizes. O [produtor] Rodrigo Teixeira me procurou para dirigir um filme, mas ainda não temos nada certo.
Também estou escrevendo, fazendo umas anotações para tentar chegar a um argumento meu. Mas é um processo difícil.


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