PAULO VIEIRA
enviado especial a Portugal

500 anos depois, damos o troco. Amanhã, no mesmo 22 de abril do desembarque português na Bahia, os baianos Netinho e Banda Eva apresentam-se em Lisboa, capital portuguesa, em espetáculos gratuitos e, no caso de Netinho, com cerveja na faixa.
O trio elétrico de Netinho irá percorrer as avenidas da área portuária da região oriental de Lisboa, revitalizada com a Expo 98.
Para Maria Jucá, manager das bandas, a experiência servirá como prévia das micaretas anuais que os baianos querem promover em Lisboa e possivelmente também no Algarve, sempre no verão (julho ou agosto), a partir de 2001.
Várias outras atrações brasileiras irão este ano a Portugal, dentro do calendário de celebrações do "achamento" -a palavra que escolheram. Atrações nordestinas, quase exclusivamente: em maio, em Lisboa, o ex-armorial e folclorista pernambucano Antonio Nóbrega tem duas datas; Caetano Veloso e Maria Bethânia, por sua vez, dividem o palco do Pavilhão Atlântico, da Expo.
Em junho, há exibição de grupos de maracatu em Lisboa. No Porto, capital econômica e cidade de rivalidade histórica e proverbial com Lisboa, há shows de Tom Zé com Margareth Menezes e Zeca Baleiro com Arnaldo Antunes.
Em julho, o mangue beat debuta na península num show com Otto, Nação Zumbi e o Mundo Livre S/A. Serão ladeados por atrações portuguesas de um gênero que elas mesmas denominaram "tejobeat". Uma semana depois, os cariocas do Rappa fazem a preliminar do show da banda de rock decana Xutos e Pontapés.
Depois deles, apenas em outubro, Adriana Calcanhoto e uma montagem de "Il Guarany", noTeatro São Carlos de Lisboa, dão seguimento ao "redescobrimento" brasileiro pelos portugueses.


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