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OUTRA FREQÜÊNCIA
Estação "Big Mac" esquenta mercado de rádios de empresas
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Você pára no drive-thru do
McDonald's, escuta uma
música que adora vinda de dentro
da lanchonete e faz uma busca
apressada nas FMs para tentar
sintonizar no seu carro a mesma
estação. Fique certo de que, a partir de 1º de maio, não conseguirá.
Nesse dia, estréia uma rádio
criada especialmente para as lanchonetes brasileiras da rede, só
transmitida nos estabelecimentos. Parte da programação será
nacional, mas as músicas seguirão
a preferência da região onde cada
loja está instalada. Além disso, locutores divulgarão "notícias" locais, como eventos patrocinados
pela marca e novidades do menu.
A rádio McDonald's, que ainda
não ganhou um nome definitivo,
terá anúncios, como qualquer
emissora convencional. Isso quer
dizer que, além de aproveitar para
promover sua própria marca, irá
vender espaço a seus fornecedores. Coca-Cola e Ambev deverão
ser os primeiros anunciantes.
O lançamento da "estação Big
Mac" esquenta um mercado crescente no Brasil: o das rádios corporativas ou empresariais.
Certamente os ouvintes mais
atentos já perceberam que muitos
estabelecimentos grandes não
sintonizam mais AMs ou FMs.
Transmitem uma programação
própria, intercalando música com
anúncios de seus produtos. Os supermercados são os principais
adeptos dessa alternativa. Entre
eles, estão gigantes como Pão de
Açúcar, Extra, Bompreço (Nordeste) e Sendas (Rio de Janeiro).
Shoppings também têm abraçado o negócio. Nesse caso, os
anunciantes costumam ser as
próprias lojas, interessadas em divulgar mercadorias e promoções.
"Uma das vantagens é a agilidade para anunciar uma promoção
e tirar o comercial do ar assim que
o produto acabar no estoque. Outra importante: evitar a terrível
possibilidade de sintonizar uma
FM que faça propaganda do concorrente", diz Celso Hey, dono da
Radio Business, produtora de Curitiba responsável por importantes emissoras empresariais e criadora da estação do McDonald's.
De acordo com Hey, as rádios
empresariais estão ganhando
mercado graças ao avanço da tecnologia. Atualmente, é possível
enviar a programação via satélite,
modem (telefone) ou internet.
Não muito tempo atrás, o esquema era bem diferente. Luiz
Henrique Romagnoli, dono da
Toda Onda (produtora do programa de rádio do presidente Lula), fala em "corporativa à lenha":
"Em 1997, criei uma dessas para a
Ticket Restaurante e Ticket Alimentação [grupo Accor]. Como
enviar o programa aos fornecedores? Tivemos de fazer uma pesquisa para saber se a maioria já
usava CD ou se seria melhor mandar em fita cassete mesmo".
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