São Paulo, Quarta-feira, 21 de Abril de 1999
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TRECHOS

"Para começo de conversa, devo confessar que não me considero um escritor importante. (...) Nem mesmo um homem inteligente. (...) Os livros que me deram popularidade, como 'Olhai os Lírios do Campo", são romances medíocres.(...) Mas devo acrescentar que há no Brasil vários críticos que me levam a sério, principalmente depois que publiquei 'O Tempo e o Vento" (Bons sujeitos!)."
Em "Não sou profundo", entrevista a Clarice Lispector, para a revista "Manchete", 1967

"Foi ainda em Cruz Alta, atrás dum balcão de farmácia, que escrevi o primeiro conto. Por quê? Não sei. Aí me lembro que naquele tempo eu ainda pensava que podia ser pintor."
Idem

"O que dá a idéia de que não sou um escritor participante é a minha recusa em transformar romance em panfleto político."
Em "Prisioneiros", entrevista a Adolfo Braga, em jornal não identificado do Rio de Janeiro, 1967

"Jorge (Amado) e eu declaramos que preferíamos abandonar a literatura a ter que submeter nossos originais previamente à censura. Quero acreditar que um gauchão de Bagé como o presidente Garrastazu Médici (...) não queira imitar, nem de leve, os governos de opressão, retrógrados e prepotentes. Ele sabe (...) que, para promover o desenvolvimento, (...) não é necessário censurar livros ou outros meios de expressão."
Em "O menino que assobia no escuro", entrevista a Paulo Totti, para a revista "Veja", 1971

"E, por favor, não repita que sou o único grande escritor gaúcho da atualidade. Reivindico para mim o título de melhor romancista desta minha rua com nome de poeta, Felipe de Oliveira. Assim mesmo porque meu filho Luis Fernando ainda não se decidiu a escrever romance."
Idem

"Eu me amo, mas não me admiro."
Em "A liberdade será sempre a minha causa", entrevista a Jorge Andrade, para a revista "Realidade", 1972

"A publicação de "Olhai os Lírios do Campo" foi um momento de grande perigo na minha vida de romancista. Corri o risco de repetir uma fórmula que provara ser do agrado do grande público. Sabe como reagi? Passei cinco anos sem escrever um romance sequer. Tomei um longo, belo banho de silêncio."
Em "A agulha da bússola", entrevista a Rosa Freire D'Aguiar, para a "Manchete", 1973

"Quantos períodos em que tive a impressão de que estava esgotado, seco! (...) O escritor usa vários truques para enfrentar essas panes. Um deles é forçar a mão. O outro é simplesmente esperar. Eu lanço mão de ambos, alternadamente."
Idem


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