DA REPORTAGEM LOCAL

Criado em 94, o Núcleo Teatro Promíscuo, brinca Renato Borghi, tem seu nome mais do que justificado na Mostra de Dramaturgia Contemporânea. Quatro atores estão nas mãos de 16 dramaturgos e 13 diretores.
Borghi e Élcio Nogueira Seixas, coordenadores da mostra, juntam-se às atrizes Luah Guimarãez e Débora Duboc para revezar os papéis das peças curtas.
A imagem de um polvo e seus tentáculos, sugerida por Duboc, ajuda a entender que o projeto transcende a dramaturgia propriamente dita, ou escrita, e resulta em experiência peculiar para os intérpretes em busca de seus personagens, sempre cotejados por encenadores e autores.
Encontros para leitura dos textos na sala da casa de Borghi, a partir de maio de 2001, serviram como primeiro termômetro. Entre fevereiro e abril passado, oito das 15 peças tiveram ensaios abertos em cidades do interior. Os demais espetáculos foram delineados nas últimas semanas. A rigor, todos estão em processo, mesmo quando vão a público.
A mostra apresentará três espetáculos por semana, reunidos em sessão única de quinta a domingo. As segundas-feiras, de 10 de junho a 1º de julho, serão dedicadas a um ciclo de debates com dramaturgos, diretores, críticos, historiadores e personalidades da cultura em geral.

Recepção
Qual será a recepção do público frequentador do Popular do Sesi, cuja maioria tem pouco acesso ao teatro? "Durante os ensaios abertos em cidades do interior, fazíamos duas apresentações por noite e não havia por parte da platéia nenhuma impaciência. Ao contrário, os espectadores manifestavam desejo de permanecer e conversar com os atores", diz Borghi, que espera repetir a acolhida agora na mostra.
Segundo o ator, o patrocínio do Teatro Popular do Sesi (a Folha apurou que o Serviço Social da Indústria investe cerca de R$ 400 mil, entre ensaios abertos no interior e a mostra na capital) sinaliza uma conquista para a "nova dramaturgia" e, consequentemente, para o teatro.
Após a temporada em São Paulo, o objetivo é circular pelo país com a Mostra de Dramaturgia Contemporânea. Para tanto, o Promíscuo, que faz co-produção com a empresa São Paulo Imagem Data, busca patrocínio.
Um evento que reflete e exercita a escrita teatral carece de uma publicação. De acordo com Borghi, a intenção é materializar peças e debates em livro. (VS)



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