Cerca de 300 pessoas estavam no local na hora do fogo, mas ninguém ficou ferido; músicos voltaram ao prédio em chamas para resgatar instrumentos

Danos se restringiram ao telhado; orquestra que já foi regida por Herbert von Karajan é uma das mais importantes do mundo

Hannibal Hanschke/Reuters

Bombeiros tentam apagar incêndio que atingiu a Filarmônica de Berlim, no centro da capital alemã

DA REPORTAGEM LOCAL

Um incêndio atingiu ontem a sede da Filarmônica de Berlim. Bombeiros foram acionados às 14h (9h em Brasília) para combater as chamas que atingiram o telhado do prédio construído nos anos 60, criando uma enorme nuvem de fumaça negra sobre este marco arquitetônico da capital alemã. Ninguém ficou ferido.
O fogo, cuja causa ainda não é conhecida, foi controlado apenas por volta das 19h locais.
Cerca de 300 pessoas estavam na filarmônica quando começou o incêndio, entre elas Claudio Abbado, ex-regente principal da orquestra, convidado para reger um concerto neste fim de semana. Segundo bombeiros, não houve pânico ao evacuar o local.
Outras 700 pessoas acabavam de deixar a sede da filarmônica após um concerto de música de câmara na hora do almoço, enquanto músicos chegavam para ensaiar o "Te Deum", de Hector Berlioz. Bombeiros acompanharam alguns músicos que voltaram ao prédio em chamas para resgatar seus instrumentos guardados nos armários.
A Filarmônica de Berlim é uma das orquestras mais respeitadas do mundo; já foi regida por Herbert von Karajan e concentra os músicos eruditos mais reputados do planeta. Atualmente, é dirigida pelo britânico Simon Rattle. O auditório do prédio, com capacidade para 2.440, é também conhecido pela excelente acústica.
Os danos se restringiram apenas ao teto e à estrutura metálica em formato de tenda que cobre o telhado, que teve de ser destruída por bombeiros para controlar as chamas.
Segundo uma porta-voz da polícia local, soldas no telhado haviam sido reparadas na manhã de ontem, o que pode ter levado ao início do incêndio.
Materiais de isolamento térmico, madeira e papel armazenados no forro do edifício podem ter alimentado o fogo.
Segundo um músico, cerca de 50 instrumentos raros foram removidos do edifício, e está descartada a possibilidade de danos aos que ficaram, já que os mais pesados ficam na sala de concertos, que não foi atingida.