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Ladrão leva US$ 100 milhões em quadros
Museu de Arte Moderna de Paris teve roubo de obras-primas de Picasso, Matisse, Léger, Braque e Modigliani
Imagens de segurança registraram criminoso sair com telas por avenida movimentada; sistema de segurança estava quebrado
CHICO FELITTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS
Cinco telas de pintores renomados do século 20 foram furtadas do Museu de Arte Moderna de Paris na madrugada de
quarta para quinta.
Os quadros desaparecidos
são de Pablo Picasso, Fernand
Léger, Henri Matisse, Georges
Braque e Amedeo Modigliani.
O valor das obras vai de 100
milhões (R$ 243 milhões), segundo o museu, a 500 milhões (R$ 1,113 bilhão), para o
Ministério Público francês.
O roubo foi praticado por
uma só pessoa, mascarada, que
quebrou uma janela do museu,
se esgueirou por uma treliça de
metal sem disparar o alarme
nem ser percebida pelos três
seguranças da instituição, e fugiu por uma das avenidas mais
movimentadas da cidade, diz a
polícia, a partir de imagens do
sistema interno de vídeo.
O museu fechou ontem e não
divulgou, até o fechamento
desta edição, se reabrirá seu
acervo de 9.000 obras para visitação, gratuita, hoje.
A prefeitura de Paris divulgou comunicado admitindo
uma "disfunção parcial" do
alarme do Museu de Arte Moderna de Paris, que foi descoberta no dia 30 de março. As
peças para consertar o sistema
de segurança ainda não haviam
chegado da fábrica, segundo o
governo municipal.
O prefeito parisiense, Bertrand Delanoë, pediu a abertura de um inquérito judicial para descobrir o(s) autor(es) do
crime e uma investigação administrativa para apurar se
houve envolvimento interno
na premeditação do roubo.
De 2004 a 2006, o museu
permaneceu fechado para reformas e adaptações de segurança contra roubos e incêndios que custaram 15 milhões
(R$ 50 milhões) ao Estado
francês. O investimento declarado é metade do valor estimado da tela de Picasso subtraída.
Não que ela vá virar dinheiro.
"[As telas] São quase invendáveis se o roubo não tiver sido
encomendado por um colecionador", diz Elliot McDonald,
especialista em seguro de arte
para o jornal "Le Monde".
O diário "Le Figaro" questionou como o furto passou desapercebido aos frequentadores
noturnos da praça que fica entre dois pavilhões do prédio,
construído em 1937.
Na noite de ontem, a praça
estava lotada. A lanchonete do
primeiro piso do museu continuava atendendo aos clientes
que se sentavam às mesas, com
vista para a torre Eiffel.
A reportagem da Folha visitou, na tarde de ontem, três dos
principais museus parisienses.
Os esquemas de segurança não
haviam mudado.
No Centro Georges Pompidou e no museu D'Orsay, passa-se por um detector de metal
e uma revista de bolsas antes
de comprar o bilhete de entrada. No museu Quai Branly, do
outro lado do Sena do Museu
de Arte Moderna, é só pagar
pelo ingresso e entrar.
É campeão
Segundo a Interpol, a França
é o país mais afetado por roubos de arte, ao lado da Itália. O
número de roubos de quadros e
de esculturas caiu 70% de 2008
para 2009, divulgou a polícia
francesa no começo deste ano.
As obras furtadas ainda não
estão no catálogo de furtos artísticos que a Interpol disponibilizou na internet.
Os quadros desaparecidos
são: "Le Pigeon aux Petits Pois"
(o pombo e as ervilhas), de Picasso; "Pastorale, Nymphe et
Faune", de Matisse; "L'Olivier
Près de L'Estaque" (oliveira
perto de L'Estaque), de Georges Braque; "La Femme à L'Éventail" (mulher com leque), de
Modigliani, e "Nature Morte au
Chandelier" (natureza-morta
com candelabro), de Léger.
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