São Paulo, sábado, 21 de maio de 2011

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Festival chega ao fim sem grandes favoritos

DA ENVIADA A CANNES

De um lado, a depressão. De outro, a infância e adolescência retratadas em seus lados mais sombrios.
Estavam quase no limite todos os personagens dos filmes concorrentes à Palma de Ouro do 64º Festival de Cannes, que se encerra amanhã.
Com 18 dos 20 títulos em competição já projetados, o saldo desta edição é negativo no que diz respeito ao estado psicológico da humanidade. Mas positivo no que diz respeito ao cinema mundial.
Muito mais do que em 2010, o festival conseguiu impor-se como um painel diverso da produção contemporânea -indo do experimento de Alan Cavalier, em "Pater", ao 3D de samurais "Ichimei", de Takashi Miike.
Conseguiu, também, reunir os novos trabalhos de cineastas sempre aguardados pela crítica e pelo público, como Pedro Almodóvar, Lars von Trier, Nanni Moretti, e Terrence Malick.
Cannes se aproxima do fim sem um grande favorito à Palma de Ouro. Entre os críticos de duas revistas publicadas no festival, a "Le Film Français" e a "Screen", dois títulos se destacaram.
Na "Screen", dá "La Havre", o irresistível filme do finlandês Aki Kaurismaki, uma unanimidade por aqui.
Na publicação francesa, o mais votado é "A Árvore da Vida", de Malick, um marcante ensaio visual que, depois da projeção para a imprensa, protagonizou uma guerra de vaias e aplausos.

JÚRI MISTERIOSO
Também muito bem cotados estão "O Garoto de Bicicleta", mais um acerto dos irmãos Dardenne -que já ganharam duas Palmas-, e "Habemus Papam", de Nanni Moretti, que pode render o prêmio de ator para o octogenário Michel Picolli.
O que ninguém consegue imaginar é para que tipo de filmes pende o júri presidido por Robert De Niro.
Depois da exibição do filme de ação "Driver", a brincadeira, nos corredores do Palais, era que o filme tinha sido posto na seleção para divertir De Niro.
Mas cabe lembrar que o ator, ganhador de dois prêmios Oscar, é veterano em Cannes. Sua primeira passagem pelo tapete se deu com "Taxi Driver" (1976).
Entre a ala dos astros (De Niro, Uma Thurman e Jude Law) e a dos "filhotes de Cannes" (os diretores Olivier Assayas e Mahamat Haroum), estão um diretor e uma produtora de filmes de ação de Hong Kong, a escritora Linn Ullman e a atriz argentina Martina Gusman.
Ou seja: amanhã, tudo pode acontecer. (APS)


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