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Polêmica sobre Iberê pode acabar na Justiça
da Reportagem Local
A polêmica em torno do livro
"Gaveta dos Guardados", com
as memórias do pintor Iberê Camargo, pode acabar nos tribunais.
O jornalista Flávio Tavares e o
professor de literatura da USP Augusto Massi, que reivindicam a organização da obra, ameaçam processar um ao outro na Justiça.
Massi lançou o livro ontem à
noite em São Paulo. Seu nome
aparece apenas na ficha técnica
como organizador. Na introdução, defendeu-se e citou os nomes
de Tavares e da professora Elizabeth Mattos como pré-organizadores.
"Quando fui convidado pela
senhora Maria Coussirat Camargo
para levar adiante a tarefa de edição, recebi um volume organizado
por Flávio Tavares e Elizabeth
Mattos: "Memórias Inconclusas'.
Foi a partir desse material que comecei a trabalhar", diz o texto de
apresentação do livro.
Ontem, pelo telefone, de Buenos
Aires, onde mora há 15 anos, o jornalista Tavares disse à Folha que
"é este exatamente o problema.
Massi editou o material, não organizou. Já estava tudo organizado".
Tavares disse estar "pensando"
em acionar Augusto Massi na Justiça por infâmia. "Ele falou muito
mal de mim na imprensa, como se
eu estivesse querendo dinheiro",
disse o jornalista. "O livro é do
Iberê, só sou contra que ele se arvore como organizador porque não é
verdade. Praticamente nada do
que fizemos foi mudado."
Augusto Massi também disse à
Folha estar pensando na possibilidade de processar Tavares por calúnia. "Ele não pode me acusar de
usurpador da tarefa de organizar
o livro. Foi a viúva do Iberê quem
me convidou, e é ela quem detém
os direitos autorais sobre a obra
dele", disse Massi.
A viúva do pintor, Maria Camargo, confirma a versão de Massi
de que o convidou para terminar o
livro, já que Tavares não conseguiu editora. Segundo Tavares, a
tarefa de organizar o livro com
suas memórias lhe foi dada pelo
próprio Iberê Camargo cinco meses antes de sua morte, em 94.
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