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Obra de Foster
passa longe da
unanimidade
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Norman Foster está longe de ser um daqueles arquitetos que se beneficiam
de uma opinião unânime.
Pelo contrário.
Em São Paulo, procurados pela Folha, não faltaram arquitetos que se recusaram a comentar seu
trabalho.
Em geral, o excesso visual é apontado como um
de seus pontos fracos.
Os elogios contemplam
muito mais o campo científico-estrutural do que o
campo formal.
"Foster é reconhecido
em primeiro lugar por uma
pesquisa extensiva que
alia tecnologia e sustentabilidade", diz Roberto
Aflalo, arquiteto que, no
máximo, estica elogios para "uma arquitetura de
personalidade".
Ruy Ohtake tem mais
simpatia pelo trabalho do
britânico.
"Foster está olhando
para 2050", resume. "É um
dos grandes arquitetos de
uma fase contemporânea,
principalmente por sua
preocupação com a ecologia e a tecnologia, mas
também por conta da beleza que consegue extrair
disso", completa.
Ainda assim, o arquiteto
paulista acha que, até a
construção do prédio
Hong Kong and Shanghai
Bank, nos anos 80, havia,
sim, um problema de excessos no trabalho de Foster. "Mas ali ele deu uma
limpada", diz.
Uma das qualidades
desse projeto, segundo
Ohtake, é a concepção de
dois andares dedicados totalmente à convivência.
"Naquele prédio, quem
vai tomar um café não precisa ficar no cantinho da
empresa, tem para si um
espaço de qualidade e
também uma ótima vista
da cidade".
Nicolai Ouroussoff, crítico de arquitetura do
"New York Times", escreveu em 2006 que os clientes de Foster são grandes
empresas comerciais.
"E, mesmo assim, lorde
Foster conseguiu de forma
consistente estampar uma
forte identidade arquitetônica, mantendo alto nível
de design", disse à época.
Ecologistas também entram para o time de grupos
que já reclamaram. Há cerca de três anos, um conjunto de resorts, na Bulgária, com edifícios projetados por Foster e outros arquitetos, próximo a uma
praia do mar Negro, gerou
uma onda de protestos, segundo publicou o jornal
"The Guardian".
(GF)
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