São Paulo, segunda-feira, 21 de junho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Obra de Foster passa longe da unanimidade

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Norman Foster está longe de ser um daqueles arquitetos que se beneficiam de uma opinião unânime. Pelo contrário.
Em São Paulo, procurados pela Folha, não faltaram arquitetos que se recusaram a comentar seu trabalho.
Em geral, o excesso visual é apontado como um de seus pontos fracos.
Os elogios contemplam muito mais o campo científico-estrutural do que o campo formal.
"Foster é reconhecido em primeiro lugar por uma pesquisa extensiva que alia tecnologia e sustentabilidade", diz Roberto Aflalo, arquiteto que, no máximo, estica elogios para "uma arquitetura de personalidade".
Ruy Ohtake tem mais simpatia pelo trabalho do britânico.
"Foster está olhando para 2050", resume. "É um dos grandes arquitetos de uma fase contemporânea, principalmente por sua preocupação com a ecologia e a tecnologia, mas também por conta da beleza que consegue extrair disso", completa.
Ainda assim, o arquiteto paulista acha que, até a construção do prédio Hong Kong and Shanghai Bank, nos anos 80, havia, sim, um problema de excessos no trabalho de Foster. "Mas ali ele deu uma limpada", diz.
Uma das qualidades desse projeto, segundo Ohtake, é a concepção de dois andares dedicados totalmente à convivência.
"Naquele prédio, quem vai tomar um café não precisa ficar no cantinho da empresa, tem para si um espaço de qualidade e também uma ótima vista da cidade".
Nicolai Ouroussoff, crítico de arquitetura do "New York Times", escreveu em 2006 que os clientes de Foster são grandes empresas comerciais.
"E, mesmo assim, lorde Foster conseguiu de forma consistente estampar uma forte identidade arquitetônica, mantendo alto nível de design", disse à época.
Ecologistas também entram para o time de grupos que já reclamaram. Há cerca de três anos, um conjunto de resorts, na Bulgária, com edifícios projetados por Foster e outros arquitetos, próximo a uma praia do mar Negro, gerou uma onda de protestos, segundo publicou o jornal "The Guardian". (GF)


Texto Anterior: "Precisamos regenerar áreas centrais"
Próximo Texto: 02 Neurônio olha fauna urbana em livro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.