São Paulo, terça-feira, 21 de junho de 2011

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CRÍTICA MÚSICA ERUDITA

Dudamel faz sua estreia em São Paulo com interpretação enérgica de Mahler

SIDNEY MOLINA
CRÍTICO DA FOLHA

Maestro e orquestra foram aplaudidos a priori, antes pelo que representam do que pela música.
Foi a estreia de Gustavo Dudamel com a Orquestra Simón Bolívar na Sala São Paulo -atração da temporada internacional da Sociedade de Cultura Artística.
Ponto culminante do "Sistema" -elogiado projeto de educação musical e inclusão social por meio da música clássica-, a Simón Bolívar existe há 35 anos.
Atual titular da Filarmônica de Los Angeles (EUA), Dudamel tem apenas 30 anos. Vestido discretamente -como se fosse mais um músico da orquestra-, regeu de cor as 250 páginas da "Sétima Sinfonia" de Gustav Mahler (1860-1911).
Escrita entre 1904 e 1906, a obra estreou em 1908 após contínuas revisões.

FRONTEIRAS
Os movimentos extremos são transtornados, trafegam sem medo pelas fronteiras da tonalidade. Mahler usa as serenatas (segundo e quarto movimentos) como pontos de apoio para a escuta.
A tão comentada energia de Dudamel está antes na intensidade do som do que nos andamentos. Volume até demais, mas sem perder a equalização. Mesmo assim foi possível ouvir quase tudo (a exceção foi o violão no quarto movimento).
O maestro tem amplo domínio sobre o grupo, que por sua vez ostenta um nível técnico invejável para uma orquestra jovem. Mas, talvez por conta da extrema dificuldade da obra, a música tenha soado um pouco rígida.
Por outro lado, é impossível não reconhecer o talento do regente, e vale notar também que a Simón Bolívar tem um calor que dificilmente é encontrado em orquestras jovens do velho continente.

ORQUESTRA SIMÓN BOLÍVAR
QUANDO hoje, às 21h
ONDE Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, 16, tel. 0/xx/11/3258-3344)
QUANTO ingressos esgotados
CLASSIFICAÇÃO livre
AVALIAÇÃO bom




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