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FILMES
TV ABERTA
"007 - O Amanhã Nunca..." explora poder da mídia
O Diário de Bridget Jones
Record, 20h30.
(Bridget Jones's Diary). Inglaterra/
França, 2001, 94 min. Direção: Sharon
Maguire. Com Renée Zellweger. Não há
mulher que não se encante com o drama
da gordinha Bridget Jones, que escreve
diário contando suas aventuras.
Comédia romântica em tom de crônica,
longe de ser genial, mas bem segurada
pelo elenco.
Ameaça Letal
Bandeirantes, 21h30.
(Airbone). Canadá, 1998, 93 min.
Direção: Julian Grant. Com Steve
Guttenberg, Kim Coates, Torri Higginson.
Esquadrão de elite precisa resgatar uma
arma biológica letal que está em avião
pilotado por terroristas. A coisa não é tão
simples, uma vez que eles deixam os
criminosos escaparem, mesmo
capturando o artefato, e, assim, são
acusados de cumplicidade.
A Bela Face da Morte
Bandeirantes, 0h30.
(The Stepsister). EUA, 1997, 105 min.
Direção: Charles Correll. Com Rena Sofer,
Bridgette Wilson. Uma estudante de
psicologia (Sofer) encontra em casa um
belo objeto de estudo na pessoa da
enteada de seu pai, que, entre outras, lhe
rouba o namorado e tenta seduzir o
próprio padrasto.
Antes do Anoitecer
Globo, 1h45.
(Before Night Falls). EUA, 2000, 133 min.
Direção: Julian Schnabel. Com Javier
Bardem, Olivier Martinez, Andrea di
Stefano. A prisão, os preconceitos
sofridos, as dores do escritor Reynaldo
Arenas, em Cuba, por ser homossexual.
Ou esclarecendo: na Cuba de Fidel, pois o
propósito do filme é basicamente
político. E o resultado não mais que
retórica anticomunista.
Cliente Morto Não Paga
Globo, 4h.
(Dead Men Don't Wear Plaid). EUA, 1982,
91 min. Direção: Carl Reiner. Com Steve
Martin, Rachel Ward, Carl Reiner. Sátira
do filme noir, com Martin como o
detetive que investiga o caso do
misterioso desaparecimento de um
cientista, pai da bela garota que o
contrata. Alguns momentos
interessantes, além da introdução na
ação de cenas de filmes clássicos do
gênero, garantem o interesse. P&B.
007 - O Amanhã Nunca Morre
SBT, 22h30.
(Tomorrow Never Dies). EUA, 1997, 117
min. Direção: Roger Spottiswoode. Com
Pierce Brosnan, Teri Hatcher, Michelle
Yeoh. Com um veículo meio
ultrapassado na mão (007 depois da
Guerra Fria), Spottiswoode consegue
renovar a personagem, explorando a
fundo o vilão, um magnata das
comunicações com ambições bem
maiores que seu já alentado império. A
mídia é um poder a ser pensado no
mundo globalizado, e justamente nessa
direção vai o filme, que de resto se
beneficia da presença de Brosnan, um
bom James Bond. Resulta daí uma
diversão de primeira.
Amityville 1992 - Uma Questão
de Hora
SBT, 2h.
(Amityville 1992 - It's About Time). EUA,
1992, 95 min. Direção: Tony Randel. Com
Shawn Weatherly, Stephen Match. Sexto
filme da série dedicada a Amityville,
cidade onde tudo vira terror. Aqui, é um
relógio do século 15 com o poder de
transformar seus proprietários que
instaura o pesadelo.
Uma Família às Avessas
SBT, 4h.
(Big Girls Don't Cry... They Get Even).
EUA, 1992, 96 min. Direção: Joan Micklin
Silver. Com Griffin Dunne, Dan
Futterman. Laura é uma chatinha que
exige saber o que rola em sua família,
uma vez que as separações foram tantas
entre seus amados pais que ela nem sabe
quem é irmão, primo, tio e por aí vai.
Griffin Dunne fez bonito com Scorsese
em "Depois de Horas" e mais punhado de
filmes. Mas quem é este diretor? A crítica
norte-americana acha este filme apenas
satisfatório. Só para SP.
(PSL e IA)
TV PAGA
O gosto de Hellman pelos personagens silenciosos
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O que se espera de um faroeste não é bem o que "O Tiro
Certo" (Telecine Classic, 21h) nos
dá. Talvez seja melhor, porque é
mais surpreendente.
Lá está, de início, um caçador de
recompensas, Warren Oates,
atualmente com a cabeça a prêmio. Em sua vida aparecerá, portanto, outro caçador de recompensas, mais jovem, Jack Nicholson, e disposto a capturá-lo.
Tudo o que o filme é hoje se deve certamente a Jack Nicholson,
então um jovem ator, vindo da escola Roger Corman de cinema
econômico. Também de lá havia
saído Monte Hellman, o diretor.
Eles fizeram dois faroestes ao
mesmo tempo, este e "A Vingança de um Pistoleiro", um pouco
menos interessante.
De um faroeste espera-se, habitualmente, ação. De "O Tiro Certo" o que se obtém, a maior parte
do tempo, é reflexão: dois homens
silenciosos (aos quais virá se juntar Millie Perkins) percorrendo
um caminho e traçando sua estratégia de combate.
Dessa substituição da ação pela
reflexão, da conseqüente inflexão
do tempo em detrimento da trajetória (ou antes, o tempo e a trajetória têm idêntica importância),
não decorre uma perda de tensão
pelo filme, mas o acréscimo de
uma tensão que vem do filme, isto
é, não do roteiro, mas da matéria
do filme que se desenrola diante
de nós (e cuja importância ficará
mais clara no final da projeção).
O gosto de Monte Hellman por
personagens silenciosos, ensimesmados, que não escondem
nada, mas simplesmente são assim, ficou conhecido por nós em
"Corrida sem Fim", que o próprio
Telecine passou há alguns anos,
onde dois amigos vivem de tirar
rachas de estrada.
Como lá, em "O Tiro Certo"
também chegamos ao fim da projeção nos perguntando o que
aconteceu e por quê, mas com a
certeza de termos passado por
uma aventura em que a reflexão,
os sentidos, a emoção deixam-se
levar -quando se deixam- pelo
pensamento extremamente original de Monte Hellman, um dos
raros vanguardistas do cinema
americano.
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