São Paulo, domingo, 21 de agosto de 2005

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FILMES

TV ABERTA

"007 - O Amanhã Nunca..." explora poder da mídia

O Diário de Bridget Jones
Record, 20h30.  
(Bridget Jones's Diary). Inglaterra/ França, 2001, 94 min. Direção: Sharon Maguire. Com Renée Zellweger. Não há mulher que não se encante com o drama da gordinha Bridget Jones, que escreve diário contando suas aventuras. Comédia romântica em tom de crônica, longe de ser genial, mas bem segurada pelo elenco.

Ameaça Letal
Bandeirantes, 21h30.  
(Airbone). Canadá, 1998, 93 min. Direção: Julian Grant. Com Steve Guttenberg, Kim Coates, Torri Higginson. Esquadrão de elite precisa resgatar uma arma biológica letal que está em avião pilotado por terroristas. A coisa não é tão simples, uma vez que eles deixam os criminosos escaparem, mesmo capturando o artefato, e, assim, são acusados de cumplicidade.

A Bela Face da Morte
Bandeirantes, 0h30.  
(The Stepsister). EUA, 1997, 105 min. Direção: Charles Correll. Com Rena Sofer, Bridgette Wilson. Uma estudante de psicologia (Sofer) encontra em casa um belo objeto de estudo na pessoa da enteada de seu pai, que, entre outras, lhe rouba o namorado e tenta seduzir o próprio padrasto.

Antes do Anoitecer
Globo, 1h45.   
(Before Night Falls). EUA, 2000, 133 min. Direção: Julian Schnabel. Com Javier Bardem, Olivier Martinez, Andrea di Stefano. A prisão, os preconceitos sofridos, as dores do escritor Reynaldo Arenas, em Cuba, por ser homossexual. Ou esclarecendo: na Cuba de Fidel, pois o propósito do filme é basicamente político. E o resultado não mais que retórica anticomunista.

Cliente Morto Não Paga
Globo, 4h.   
(Dead Men Don't Wear Plaid). EUA, 1982, 91 min. Direção: Carl Reiner. Com Steve Martin, Rachel Ward, Carl Reiner. Sátira do filme noir, com Martin como o detetive que investiga o caso do misterioso desaparecimento de um cientista, pai da bela garota que o contrata. Alguns momentos interessantes, além da introdução na ação de cenas de filmes clássicos do gênero, garantem o interesse. P&B.

007 - O Amanhã Nunca Morre
SBT, 22h30.    
(Tomorrow Never Dies). EUA, 1997, 117 min. Direção: Roger Spottiswoode. Com Pierce Brosnan, Teri Hatcher, Michelle Yeoh. Com um veículo meio ultrapassado na mão (007 depois da Guerra Fria), Spottiswoode consegue renovar a personagem, explorando a fundo o vilão, um magnata das comunicações com ambições bem maiores que seu já alentado império. A mídia é um poder a ser pensado no mundo globalizado, e justamente nessa direção vai o filme, que de resto se beneficia da presença de Brosnan, um bom James Bond. Resulta daí uma diversão de primeira.

Amityville 1992 - Uma Questão de Hora
SBT, 2h.  
(Amityville 1992 - It's About Time). EUA, 1992, 95 min. Direção: Tony Randel. Com Shawn Weatherly, Stephen Match. Sexto filme da série dedicada a Amityville, cidade onde tudo vira terror. Aqui, é um relógio do século 15 com o poder de transformar seus proprietários que instaura o pesadelo.

Uma Família às Avessas
SBT, 4h.  
(Big Girls Don't Cry... They Get Even). EUA, 1992, 96 min. Direção: Joan Micklin Silver. Com Griffin Dunne, Dan Futterman. Laura é uma chatinha que exige saber o que rola em sua família, uma vez que as separações foram tantas entre seus amados pais que ela nem sabe quem é irmão, primo, tio e por aí vai. Griffin Dunne fez bonito com Scorsese em "Depois de Horas" e mais punhado de filmes. Mas quem é este diretor? A crítica norte-americana acha este filme apenas satisfatório. Só para SP. (PSL e IA)

TV PAGA

O gosto de Hellman pelos personagens silenciosos

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O que se espera de um faroeste não é bem o que "O Tiro Certo" (Telecine Classic, 21h) nos dá. Talvez seja melhor, porque é mais surpreendente.
Lá está, de início, um caçador de recompensas, Warren Oates, atualmente com a cabeça a prêmio. Em sua vida aparecerá, portanto, outro caçador de recompensas, mais jovem, Jack Nicholson, e disposto a capturá-lo.
Tudo o que o filme é hoje se deve certamente a Jack Nicholson, então um jovem ator, vindo da escola Roger Corman de cinema econômico. Também de lá havia saído Monte Hellman, o diretor. Eles fizeram dois faroestes ao mesmo tempo, este e "A Vingança de um Pistoleiro", um pouco menos interessante.
De um faroeste espera-se, habitualmente, ação. De "O Tiro Certo" o que se obtém, a maior parte do tempo, é reflexão: dois homens silenciosos (aos quais virá se juntar Millie Perkins) percorrendo um caminho e traçando sua estratégia de combate.
Dessa substituição da ação pela reflexão, da conseqüente inflexão do tempo em detrimento da trajetória (ou antes, o tempo e a trajetória têm idêntica importância), não decorre uma perda de tensão pelo filme, mas o acréscimo de uma tensão que vem do filme, isto é, não do roteiro, mas da matéria do filme que se desenrola diante de nós (e cuja importância ficará mais clara no final da projeção).
O gosto de Monte Hellman por personagens silenciosos, ensimesmados, que não escondem nada, mas simplesmente são assim, ficou conhecido por nós em "Corrida sem Fim", que o próprio Telecine passou há alguns anos, onde dois amigos vivem de tirar rachas de estrada.
Como lá, em "O Tiro Certo" também chegamos ao fim da projeção nos perguntando o que aconteceu e por quê, mas com a certeza de termos passado por uma aventura em que a reflexão, os sentidos, a emoção deixam-se levar -quando se deixam- pelo pensamento extremamente original de Monte Hellman, um dos raros vanguardistas do cinema americano.


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