São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2008

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Crítica

Com cozinha franco-italiana, bistrô no Itaim muda cardápio e horários

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

N os últimos dois anos, três amigos de profissões distintas vêm se dedicando a um empreendimento que, desde o mês passado, depois de uma reforma, passou a ter ares de pequeno bistrô e a se chamar Le Bou. O local chamava-se Le Boulanger quando foi inaugurado, em abril de 2005, como um empório gourmet com padaria, uma pequena loja de utensílios e poucas mesas no andar de cima. Em março de 2006, após a aquisição pelos novos sócios, tornou-se um restaurante só para almoço. Agora, mudou de cara, de cardápio e de horário, abrindo também no jantar. Com isso, ele fornece uma experiência mais completa aos proprietários -os paulistanos Ronaldo Carrilho, 47, professor de física, Éder Peres, 52, administrador de empresas, e Kátia Costa, 40, economista. Os três se conheceram em 2004 numa aula de cozinha (eles fazem cursos desde 1999), e daí nasceu a idéia de montar um negócio. Esse empreendimento hoje se transformou no Le Bou. Um bistrô despretensioso, de pequenas dimensões, arrumado e acolhedor, com um cardápio de cozinha franco-italiana de pratos, no geral, mais simples e olhando para o Mediterrâneo. Sem receitas que extraiam suspiros de excitação, mas, no geral, feitos basicamente como manda o figurino, sem muitos desvios de rota. Temos na seção de "pratos delicados" (entradas, saladas, sanduíches) uma brandade de bacalhau saborosa, mas não tão delicada pelo excesso de creme (inclusive para o gratinado); entre as massas, espaguete com frutos do mar (camarão, lula, cubos de peixe e mexilhão) cozidos num bom ponto e enriquecidos com o molho do tomate. Ainda de perfil italiano, há o risoto de calabresa fresca feito com vinho tinto, erva-doce e ervilhas frescas, correto. Mais sem graça é o peito de pato com molho de uva, purê de mandioquinha e salada. A carne, previamente preparada no ponto, foi depois fatiada fina e chapeada, tirando-lhe a suculência; o molho não tinha vigor, de paladar monocromático (ao menos não era açucarado). Entre as sobremesas, uma raridade importante -uma opção diet para quem precisa.

josimar@basilico.com.br



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