São Paulo, sábado, 21 de agosto de 2010

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CRÍTICA DRAMA

"Ten" registra momentos da vida de uma mulher iraniana

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Ten" (Futura, 23h, classificação não indicada) pode ser resumido como dez momentos na vida de uma motorista de táxi em Teerã. Em termos de cinema são dez planos. Mas ninguém dirá que a conversa acaba aqui.
"Ten" é o resultado dos avanços tecnológicos, que permitiram instalar uma câmera no interior de carro de passeio e deixar que o filme se faça sozinho, ou antes, se produza diretamente entre o ator e a câmera, sem a mediação de um diretor.
E não será isso, afinal, o que Abbas Kiarostami sempre sonhou? Apagar-se, deixar que a realidade fale por si própria. Mesmo ele reconhece, no entanto, que isso é impossível. O ator sabe que a câmera está lá, por isso estará representando de qualquer forma.
Ainda assim, convém não tomar as palavras de Abbas por moeda corrente e nem apostar no caos: em seus filmes a realidade parece que ganha forma antes de irromper na tela.


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